Friday Finds





Mais uma semana que passa e volta os "Finds" do Should Be Reading.
Como a maioria dos meus achados são feitos no Goodreads, estes foram os desta semana. 
Alguns deles ainda não foram publicados, mas já tenho curiosidade.






E vocês já têm debaixo de olho livros ainda por publicar?

Opinião Livro

One Tiny Lie, K. A. Tucker



Título Original: One Tiny Lie
Autor: K. A. Tucker
Editora: Atria Books
Género: NA
Série: Ten Tiny Breaths #2
Páginas: 266
Ano Publicação: 2013

Sinopse

Livie has always been the stable one of the two Cleary sisters, handling her parents' tragic death and Kacey's self-destructive phase with strength and maturity. But underneath that exterior is a little girl hanging onto the last words her father ever spoke to her. “Make me proud,” he had said. She promised she would...and she’s done her best over the past seven years with every choice, with every word, with every action.

Livie walks into Princeton with a solid plan, and she’s dead set on delivering on it: Rock her classes, set herself up for medical school, and meet a good, respectable guy that she’s going to someday marry. What isn’t part of her plan are Jell-O shots, a lovable, party animal roommate she can’t say ‘no’ to, and Ashton, the gorgeous captain of the men’s rowing team. Definitely him. He’s an arrogant ass who makes Livie’s usually non-existent temper flare and everything she doesn’t want in a guy. Worse, he’s best friends and roommates with Connor, who happens to fits Livie’s criteria perfectly. So why does she keep thinking about Ashton?

As Livie finds herself facing mediocre grades, career aspirations she no longer thinks she can handle, and feelings for Ashton that she shouldn’t have, she’s forced to let go of her last promise to her father and, with it, the only identity that she knows.


Depois de seguirmos Kacey em Ten Tiny Breaths, chega a vez da irmã mais nova Livie ter direito ao seu tempo de antena. Só não estava à espera é que esse tempo fosse igual ao tempo de antena dedicados aos partidos políticos. Que é o mesmo que dizer, meh e dispensável.

Livie Cleary entra em Princeton como sempre sonhou. Desde nova que tem os seus objectivos bem definidos, mas para a irmã Kacey, Livie é uma bomba prestes a rebentar. E talvez por isso aceite a sugestão da irmã e comece a conversar uma vez por semana ao telefone com Dr. Stayner. Só que este não é um psiquiatra qualquer, sugere-lhe fazer coisas que a façam sair da sua zona de conforto e assim conhecer realidades para além daquela que definiu. Uma das ideias, e que a irmã Kacey ajuda de bom agrado, é beber e conhecer rapazes. Numa noite de divertimento deixa-se levar pelo efeito da bebida e é assim que conhece Ashton. 

Com dificuldades em lembrar-se da noite louca, quer riscar Ashton da sua vida, como este até sugere, só que parece que não será assim tão fácil, pois o novo rapaz que Livie conhece, Connor, é o melhor amigo e colega de casa de Ashton. Passa a vê-lo e a saber mais do que queria sobre a sua vida mas mesmo assim não consegue desligar-se dele, e claro, Ashton também não facilita as coisas pois tanto a empurra como está sempre de volta dela.

Tudo culmina na descoberta da dupla vida de Ashton e nas incertezas que Livie passa a vivênciar. O final ficou explicado e podemos entender as acções de Ashton e saber o que o estava a "prender" e em que ponto está a agora a vida Livie, mas foi tudo tão rápido, tão fácil, tão pouco realista, que não me fez esquecer os problemas sérios que tive com a leitura.

Eu queria ter gostado deste livro mas a via que a autora escolheu para ar vida à nova Livie não foi de todo a mais correcta. Não acho certo que a irmã mais velha seja instigadora para que irmã mais nova beba para se soltar mais. Nem um psiquiatra tenha um tratamento como aquele nem que esteja tão intrometido na vida de uma paciente não oficial. 

Livie devia ter encontrado um equilíbrio entre aquilo que os outros gostavam que ela experimentasse e não lançar-se logo de cabeça. Já que um dos pontos essenciais da sua personalidade foi a sua postura firme nas suas ideias, e vê-la percorrer caminhos só porque era a vontade dos outros, não me parece nada razoável. Desapontou-me como personagem, pois passou de uma aparente maturidade com os seus 16 anos em Ten Tiny Breaths para completa ingenuidade com 18 anos.

E há certos aspectos que não gosto nos livros que são traições, triângulos amorosos e amor à primeira vista. A não ser que sejam bem fundamentados e que de alguma maneira eu consiga ao longo da leitura ultrapassar esse aspecto. 
O que não aconteceu aqui, Livie desde que começa a namorar com Connor, sabe que não gosta dele e se o rapaz tenta por tudo mostrar que gosta mesmo dela, ela sente-se incomodada e sufocada?! Para uma rapariga que sempre quis estar nas boas graças das pessoas e fazer o que está certo, estar com o Connor só porque sim, não está definitivamente correcto. E se critica o lado infiel de Ashton, quem é ela para lhe dar lições de moral. Definitivamente existe um triângulo amoroso sem haver necessidade de existir, muito menos, marcado por traições.

K. A. Tucker tem uma escrita apelativa que faça com queiramos seguir a narrativa apesar do desenrolar dos acontecimentos não sejam apelativos. Tanto o triângulo amoroso como o drama do passado em volta das personagens principais não mereceram grande simpatia da minha parte, e no final só fiquei feliz por acabar de vez com a história. 
Mas não desisti desta série, pois os próximos livros são com o Cain e o Ben, que tiveram muito pouco tempo de antena em One Tiny Lie.

Citações:

“The only thing I regret is that it ever ended. And I'm the one who's jealous. Insanely so.” 

“Because you’re not a one-night girl, Irish.” (...) “You’re my forever girl.”  

“Life has a funny way of creating its own tests. It throws curve balls that make you do and think and feel things that are in direct conflict with what you had planned and don't allow you to operate in terms of black and white.”

Classificação: 2 de 5*



TOP M&S



TOP 10 Música Pimba/Popular que não resistimos


E voltamos mais um mês para vos apresentar o nosso Top, que desta vez é um TOP 10. Depois de pouca inspiração para um tema, a Silvana lá sugeriu um que parece ser bem a nossa cara. 

Para não estar a fazer textos individuais vou dedicar um excerto a todas as músicas que escolhi. 
Costumava dizer que não gostava de música pimba mas afinal há músicas que sabei de cor e salteado, que não resisto a dar um pézinho de dança quando as oiço, e ainda me lembram momentos engraçados, sejam eles sobre a minha infância ou outros mais recentes.
A verdade é que não conheço a maioria do trabalho dos artistas portugueses que seleccionei, mas são, incontestavelmente, mestres dentro deste género musical.

Esta é um rubrica em conjunto com a Silvana do Por detrás das palavras.

 [Sem qualquer ordem de preferência]


José Malhoa - Baile de Verão


Emanuel - O Ritmo do Amor


Marco Paulo - Taras e Manias


Tony Carreira - Sonhador, Sonhador


Ruth Marlene - A Moda do Pisca, Pisca

 
 Quim Barreiros - Garagem da Vizinha


Ana Malhoa - A Noite é Loucura


Diapasão - A Bela Portuguesa


Fernando Correia Marques - Carocha do Amor


Tayti - Mexe o Tutu



E vocês, também têm boas recordações ao som destas músicas?


TOP Ten Tuesday






Livros na minha TBR de Inverno


Estes são alguns dos livros que ando a adiar constantemente e que estão a ganhar algum pó e esquecimento nas minhas estantes. Ou ebooks que vão sendo ultrapassados por outros mais recentes.
Por isso espero conseguir ler os desta lista, já que o Inverno pede Clássicos e calhamaços.




















E vocês, acham que são leituras adequadas para o Inverno?

Opinião Livro

Willing Captive, Belle Aurora



Título Original: Willing Captive
Autor: Belle Aurora
Género: NA
Páginas: 199
Ano Publicação: 2013

Sinopse

Delilah “Lily” Flynn is used to her drab existence. Lily’s been living it for twenty two years.
Her boring life is suddenly turned on its head when she’s rudely kidnapped from her bedroom.
Or so she thinks.

Nox Taylor is far too high up in his field to be assigned a babysitting job.
There’s nothing more he wants than to complete his mission so he can be rid of the smartass tomboy, Lily.

Day after day, Nox watches Lily and her strange ways. She’s unlike any woman he’s ever met.
Getting close to the girl is purely for her own protection…right?

Lily never imagined she’d make her first real friends in captivity.
What lengths would she go through to keep them?


Quando lemos a sinopse no Goodread ficamos logo a saber que não estamos perante um romance negro e quando navegamos por ele não está em nada ligado ao BDSM, como pode sugerir a capa. 
Foi mesmo uma grande surpresa esta leitura que alia humor a temas como o rapto, porém só lendo é que ficamos a perceber que nada é o que parece.

Lily sempre viveu bem com o lado super protetor do pai, um empresário que ao longo dos anos conquistou uma farta fortuna. O que gosta mesmo é de estar no seu quarto, o único sítio que consegue transportá-la para os mundos que os livros lhe apresentam. Bem diferente da irmã Terah que gosta de sair à socapa para festas. Só que na noite em que irmã tenta sair pela janela deixando-a a ler um livro, são ambas raptadas.

Mas este rapto tem muito que se lhe diga: foi o pai que planeou tudo para que a ameaça de matar Lily, seja finalmente desvendada. Por isso confia as filhas a seguranças privados, mas elas têm de estar separadas e ninguém pode saber do rasto delas. 
É aqui que entra Nox, o rapaz que tem de proteger e vigiar Lily, como se a sua vida depende-se disso.

Nox tem mesmo um caso bicudo à sua frente. Lily não se cala, quer saber tudo, quer falar com a família, e quer conseguir acreditar naquele rapaz. Mesmo com a simpatia de Boo e o humor espontâneo de Rocky, Lily tem sérias dificuldades em gostar de Nox. E este não nutre particular simpatia por ela. 
Mas da irritabilidade ao amor é um passo, e quando se vêem na iminência de lutarem pelo que sente, são traídos pelos inimigos.

É graças a Nox que Lily aprende o valor da vida e passa a perceber que não pode continuar a só existir. Tem de sair da sua zona de conforto e conquistar o mundo tem para lhe oferecer. Gostei desta personagem é genuína, sarcástica e confortável consigo mesma, enquanto Nox é reservado, parco em palavras e sincero. E paciente, pois para aturar tanto choro da rapariga, é preciso sê-lo. 
Conjugam bem num romance que vai crescendo, entre situações hilariantes e inocentes, para o momento que dita a reviravolta.

Entreguei-me completamente às cegas nesta leitura e fiquei tão surpreendida, não estava mesmo à espera que o factor surpresa fosse a grande conquista deste livro. Duas personagens que não tiveram qualquer dificuldade em admitir o que estava mesmo ali à acontecer, perceberam que gostavam um do outro, quiseram lutar por isso e não fizeram nenhum drama à volta disso, enquanto envolvidos numa situação bem estranha. Mesmo a profissão de Nox podia ser usada como desculpa para dificultar o namoro, não o vi por um momento, reticente ao que sentia e ao que devia lutar. E a parte final foi de partir o coração mas foi tão genuíno e tocante que valeu novamente pela surpresa. E graças a esse amor que nasceu de carinho e respeito, que o final teve aquela beleza.

Não devemos levar à letra as sinopses nem as capas dos livros, pois se assim fosse, teria perdido uma história divertida e encantadora. Bella Aurora conquistou-me com a série Friend-Zoned e com este veio confirmar e cimentar um lugar nos meus autores preferidos.

Citações:

“Most content People don't have the best of everything. They just make the best of everything they've got.”  

“Words hold power. They can bring you from the lowest low to an ultimate high in a matter of moments, and just the opposite, too”

“That one person everyone looks for. They search and search, and some die trying to find ‘em. And when you finally meet them, something inside of you says “Oh, there you are. I’ve been looking for you. And I didn’t even know it.” 

Classificação: 4 de 5*

Opinião Livro

Scarlet, Marissa Meyer



Título Original: Scarlet
Autor: Marissa Meyer
Editora: Puffin Books
Género: Distopia
Série: The Lunar Chronicles #2
Páginas: 452
Ano Publicação: 2013

Sinopse

Cinder, the cyborg mechanic, returns in the second thrilling installment of the bestselling Lunar Chronicles. She's trying to break out of prison--even though if she succeeds, she'll be the Commonwealth's most wanted fugitive. Halfway around the world, Scarlet Benoit's grandmother is missing. It turns out there are many things Scarlet doesn't know about her grandmother or the grave danger she has lived in her whole life. When Scarlet encounters Wolf, a street fighter who may have information as to her grandmother's whereabouts, she is loath to trust this stranger, but is inexplicably drawn to him, and he to her. As Scarlet and Wolf unravel one mystery, they encounter another when they meet Cinder. Now, all of them must stay one step ahead of the vicious Lunar Queen Levana, who will do anything for the handsome Prince Kai to become her husband, her king, her prisoner.

A continuação da série Crónicas Lunares apresenta-nos mais uma personagem do mundo de fantasia que nos é dado a conhecer quando somos mais novos: a Capuchinho Vermelho.  
 Marissa Meyer continua assim a explorar personagens, que encantam crianças e adultos, em versões bem alternativas.

Em França é nos dada a conhecer Scarlet Benoit, uma jovem de 18 anos, que está completamente desesperada pelo desaparecimento da sua avó. Sentindo-se sem chão depois de ver a inactividade da polícia sobre o desaparecimento da mulher que cuidou de si desde que o pai a abandonou, pensa em alternativas para conseguir encontrar a sua avó. Mas não esperava que um estranho e inquietante rapaz pudesse ter algumas respostas e maneira de saber onde está a sua familiar.

Só que no meio das buscas descobre que a sua avó não era bem quem pensava e que são vários os segredos que sempre escondeu. Apesar de não confiar a 100% em Wolf, deixa-se levar pelos seus instintos animais e conseguem chegar ao local que será a derradeira surpresa para Scarlet. Conseguirá voltar a confiar em quem sempre cuidou de si e agora confiar naquele rapaz que a ajudou a descobrir as verdades?

Paralelamente vamos conhecendo Scarlet e continuando com Cinder. Esta tenta arranjar maneira de fugir da prisão e de não ser entregue à Rainha Levana, só não contava ter de levar consigo o "Capitão" Thorne. Juntos consegue causar o caos mas finalmente alcançam o seu objectivo: resgatar Scarlet.

Sendo esta uma continuação pensava gostar mais de ler as partes da Cinder, mas para dizer a verdade ela foi a personagem que mais me irritou. 
A ideia de não querer usar o seu poder mas saber que é a sua única maneira de poder fugir e escapar ilesa, deixa um pouco a desejar. Podia notar-se que ainda não está completamente confortável com aquela decisão, mas não é preciso estar sempre a dar a ideia de tem um coração tão bom que não faz mal a ninguém. Porque se ela se quer safar é claro que tem de usar o seu dom, não há mal nenhum nisso. E depois para alguém que gosta tanto de ajudar, e notou-se uma certa simpatia no livro anterior, não a senti nada receptiva e calorosa neste, até tive pena do Thorne.

Contudo notou-se que a autora quis dar mais acção e frenesim à narrativa, tanto com as fugas de Cinder e Thorne, como com a construção que faz da personagem Scarlet, sempre em alerta e pronta para a o ataque, juntando-a ao predador Alpha Wolf. Sendo este a surpresa da história, pelas suas atitudes inesperadas. Outro aspecto engraçado é que a Scarlet lembrou-me a Red, personagem da série Once Upon a Time, talvez a autora se tenha inspirado por lá.

Não foi uma leitura fantástica mas conseguiu desenvolver a continuação ao pegar nas pontas soltas do primeiro livro da série Crónicas Lunares. Aos pontos de vistas de Cinder e Príncipe Kai, junta-se Scarlet e Wolf. É fácil perceber a interligação entre as várias personagens pois Marissa Meyer, não deixou escapar nenhum detalhe, mesmo que estas estejam espalhadas pelos vários pontos do globo. Talvez o meu único senão é a ideia de querer construir personagens femininas ferozes que caiem no limbo de serem rudes e pouco humildes.

Citações:

“We met less than a week ago and in that time I've done nothing but lie and cheat and betray you. I know. But if you give me a chance...all I want is to protect you. To be near you. For as long as I'm able.”  

“I knew they would kill me when they found out, but…” He struggled for words, releasing a sharp breath. “I think I realized that I would rather die because I betrayed them, than live because I betrayed you.”


Classificação: 4 de 5*

Música da Semana







Ouvi esta música pela primeira vez numa peça de dança contemporânea no programa So You Think You Can Dance e fiquei tanto apaixonada por aquela interpretação como pela escolha musical, que tinha de a partilhar.



Friday Finds








A rubrica do Should Be Reading volta para mais uma semana, para vos apresentar os livros que "encontrei".
Estes são alguns dos que me chamaram a atenção e que posteriormente adicionei à minha lista To Be Read.








Já se perderam nas leituras de algum destes livros?


Opinião Livro

Mil Sóis Resplandecentes, Khaled Hosseini


Título Original: A Thousand Splendid Suns
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Editorial Presença
Género: Romance
Páginas: 328
Ano Publicação PT: 2008

Sinopse

Há livros que se enquadram na categoria de verdadeiros fenómenos literários, livros que caem na preferência do público e que são votados ao sucesso ainda antes da sua publicação. Há já algum tempo que se ouvia falar de Mil Sóis Resplandecentes, do afegão Khaled Hosseini, depois da sua fulgurante estreia com O Menino de Cabul, traduzido em trinta países e agora com adaptação cinematográfica em Portugal. A verdade é que assim que as primeiras cópias de Mil Sóis Resplandecentes foram colocadas à venda, o romance liderou o primeiro lugar nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Holanda, Itália, Noruega, Nova-Zelândia e África do Sul, estando igualmente muito bem classificado no Brasil e em França. A própria Amazon americana afirmou que há muito tempo não tinha visto um entusiasmo tão grande a propósito de um livro. Devido ao elevado número de encomendas, nos Estados Unidos, foram realizadas cinco reedições ainda antes do livro chegar às livrarias e na primeira semana após a publicação, já tinham sido registadas um milhão de cópias em circulação. É pois um caso verdadeiramente arrebatador que combina preferências populares potenciadas pelo efeito de passa-palavra às melhores críticas internacionais. Confirmando o talento de um grande narrador, Mil Sóis Resplandecentes passa em revista os últimos trinta anos no Afeganistão através da comovente história de duas mulheres afegãs casadas com o mesmo homem, unidas pela amizade e pela dor proveniente dos abusos que lhes são infligidos, dentro e fora de casa, em nome do machismo e da violência política vigente durante o regime taliban, mas separadas pela idade e pelas aspirações de vida. Um livro revelador, que aborda as relações humanas e as reforça perante reacções de poder excessivo e impunidade. 



Há livros que simplesmente têm o poder de mudar a imagem e percepção que fazemos de um certo país e/ou povos como os muçulmanos. Afinal o que eu apenas conheço, que verdade seja dita sem conhecer bem, é a história recente, não a verdadeira história de um povo que podia ter melhores condições de vida, senão fossem as constantes invasões de outros países ou ideais, que lhes dão ainda mais motivos para se revoltarem.

Como pano de fundo Cabul, é nos dado a conhecer a história de vida de duas mulheres de gerações e vivências bem diferentes. 
Mariam sempre viveu excluída da sociedade, filha bastarda de um homem importante, conheceu a dura realidade de vida, quando aos 15 anos sofre uma forte reviravolta. Apercebeu-se de como é verdadeiramente o pai como pessoa, perdeu a mãe e casou com um homem mais velho que não conhecia de nenhum lado. Já Laila, uma jovem a quem a vida prometia tanto e vizinha de Mariam, despede-se do amor da sua vida, perde a casa e os pais e aceita casar com o marido de Mariam, Rashid, para dar pai à criança que traz no ventre. 
Diferenças não só ao nível do crescimento como no trato que o marido passa a dirigir a cada uma.

Se vamos vendo com a passagem dos anos as transformações que o Afeganistão sofre, vamos descobrindo o papel que a mulher detém naquela sociedade. Se por momentos vemos que as mulheres podiam vestir-se sem terem de usar obrigatoriamente burca ou que podiam continuar os estudos, depois da chegada de novos ideais ao poder passam a representar o papel de submissão, obediência e de completa posse pela parte do marido/pai/irmão, homem no geral. A mulher passou a ser vista única e exclusivamente como um objecto.

Por estar na óptica feminina não é difícil colocarmo-nos no papel daquelas mulheres. São mais do que muitos os pensamentos que fluem ao lermos certas passagens, como o diferente papel das mulheres comparada com o das ocidentais. Mas se este aspecto nos chama logo à atenção, a violência, a intolerância, o sofrimento, a coragem, são afinal características bem comuns às mulheres no geral. E se temos por base odiar outra mulher, sejam por quais forem os motivos, este livro mostra que é na condição de nos unirmos que somos mais fortes. Quando nos deixamos de comparações e passamo-nos a ver como iguais, há uma solidariedade feminina sem igual. Afinal o amor e amizade podem crescer onde menos se espera, e são eles as grandes motivações para continuar a lutar e fazer o que está certo.

Entrelaça a História do Afeganistão com a história de vida de duas mulheres que tiveram de crescer cedo de mais para uma dura e fria realidade. Não só a guerra rouba, mas também o papel dos extractos sociais são muitas vezes os agentes activos para não concederem a dignidade a quem a merece. Mariam, Laila e Tariq são os rostos ficcionais de muitas histórias verídicas.
Com uma escrita simples, motivadora e verdadeira, Khaled Hosseini ganhou uma forte admiradora.

Citações:

"Aprende já isto e aprende bem, minha filha: assim como a agulha de uma bússola aponta para o Norte, também o dedo acusador de um homem encontra sempre uma mulher. Sempre." 

"Os rapazes apercebeu-se ela, tratavam a amizade da mesma maneira que o Sol: a sua existência era indiscutível; e o seu fulgor desfrutado de preferência sem ser directamente contemplado."

"Laila, minha querida, o único inimigo que um afegão não consegue derrotar é ele próprio."

Classificação: 5 de 5*
 



Friday Finds




Depois de umas semanas sem apresentar esta rubrica do Should Be Reading, volto com ela novamente.

Apresento-vos os livros que durante as últimas semanas adicionei à minha lista TBR (To Be Read).
Uns fiquei curiosa por recomendações, outros pelas sinopses.








Conhecem algum destes livros?


Opinião Livro

Can You Keep a Secret?, Sophie Kinsella


Título Original: Can You Keep a Secret?
Autor: Sophie Kinsella
Editora: Dell Publish Company
Género: Chick-lit
Páginas: 282
Ano Publicação: 2005

Sinopse

Meet Emma Corrigan, a young woman with a huge heart, an irrepressible spirit, and a few little secrets: Secrets from her boyfriend: I've always thought Connor looks a bit like Ken. As in Barbie and Ken. Secrets from her mother: I lost my virginity in the spare bedroom with Danny Nussbaum while Mum and Dad were downstairs watching Ben-Hur. Secrets she wouldn't share with anyone in the world: I have no idea what NATO stands for. Or even what it is. Until she spills them all to a handsome stranger on a plane. At least, she thought he was a stranger.…Until Emma comes face-to-face with Jack Harper, the company's elusive CEO, a man who knows every single humiliating detail about her...

E dizer toda a verdade e não mais do que a verdade a um completo estranho? E achar que antes de morrer mais vale desabafar os pecados como se estivesse num confessionário?

É o que acontece a Emma Corrigan, quando num vôo de 1ª classe de regresso a Londres, "ataca" verbalmente o passageiro que viaja a seu lado. O que não esperava é que naquele tempo de desabafo aterrasse sã e salva, nem que quando retomasse o trabalho na semana seguinte, viria a única pessoa que sabe que não ama o seu namorado Connor e da maneira como se sente desprezada pela sua própria família.

Essa pessoa é o big boss da empresa onde trabalha, Jack Harper, que veio especialmente dos EUA, para ver como está a sua empresa londrina. E é a partir daí que começa uma aventura de descobertas sobre as várias pessoas que Emma mencionou no vôo. Não só consegue fazer com que ela se sinta mortificada como passa a produzir algum tipo de reacção que Emma não estava de todo à espera.

Quando pensa que está a tomar conta das rédeas da sua vida, sofre um grande abalo com o despejo dos seus segredos em directo na TV para familiares, amigos e colegas de trabalho ouvirem a alto e bom som. Só não esperava que de uma humilhação saísse bem mais forte e capaz para aguentar o mundo.

Os aspectos que me fizeram gostar do livro foi que apesar ser notório que é uma pessoa que vive com inseguranças, à deriva e é desajeitada, Emma não deixa de se impor quando lhe está perante situações importantes, em que tem de tomar uma decisão que pode mudar o rumo completo à sua vida. E é também em situações de mais stresse, frustração e humilhação, que muitas vezes buscamos força para mostrarmos que o importante é ser fiel a si própria e que quem não tem as mesmas inseguranças e pensamentos negativos, que atire a primeira pedra.

Este é o 2º livro que leio de Sophie Kinsella, e apesar de ser várias vezes destacado como um livro de humor, entreteve-me mas não me encheu as medidas. Não consegui me sentir captada por Emma, consigo perceber a ideia de torná-la desajeitada e humilhada, que até faz lembrar um pouco a Bridget Jones, para torná-la na mesma medida imperfeita e adorável. Porém não me senti cativada nem atraída pelo embróglio todo em volta da Emma.

Quero ler mais livros de Sophie Kinsella mas espero que sejam mais interessante que este.

Citações:

“I've always had this deep-down conviction that I'm not like everybody else, and there's an amazingly exciting new life waiting for me just around the corner.” 

“Relationships are all about trust and equality. If one person shares, then the other person should share, too.”  

“If you can't be honest with your friends and colleagues and loved ones, then what is life all about?”  

Classificação: 3 de 5*
 



Opinião Livro

The Coldest Girl in Coldtown, Holly Black


Título Original: The Coldest Girl in Coldtown
Autor: Holly Black
Editora: Little, Brown Books
Género: Fantasia
Páginas: 331
Ano Publicação: 2013

Sinopse

Tana lives in a world where walled cities called Coldtowns exist. In them, quarantined monsters and humans mingle in a decadently bloody mix of predator and prey. The only problem is, once you pass through Coldtown's gates, you can never leave.

One morning, after a perfectly ordinary party, Tana wakes up surrounded by corpses. The only other survivors of this massacre are her exasperatingly endearing ex-boyfriend, infected and on the edge, and a mysterious boy burdened with a terrible secret. Shaken and determined, Tana enters a race against the clock to save the three of them the only way she knows how: by going straight to the wicked, opulent heart of Coldtown itself.

The Coldest Girl in Coldtown is a wholly original story of rage and revenge, of guilt and horror, and of love and loathing from bestselling and acclaimed author Holly Black.


Nunca tinha lido nada desta autora e só conheço alguns livros seus. Como queria entrar no espírito de Halloween, nada melhor que escolher um livro que aborde vampiros. 

Neste mundo alternativo os humanos sabem da existência dos vampiros e tentam à sua maneira lidar com eles. A solução encontrada para uma tentativa de convivência pacifica é a criação de um local - Coldtown - como a casa dos vampiros, dos que querem vir a sê-los e dos que estão infectados (cold), aqueles que podem ou não combater a luta da infecção, ao terem sido mordidos, por um período de 88 dias para se tornarem ou não vampiros.

Tana é uma dessas pessoas cold. Por auxilio de flashbacks percebemos que já passou pela experiência de ter sido mordida mas combateu a infeccão. Contudo consegue entrar em Coldtown para ajudar o ex-namorado Aiden que foi mordido e o estranho vampiro Gavriel. Entre reviravoltas e estranhos acontecimentos, Tana mostra que é uma rapariga determinada a não fraquejar num mundo onde a tentação espreita a cada esquina. Ajuda quem for preciso, mesmo que corra riscos por conta própria, já que são poucos os que estão ali que não pensem noutra coisa senão morder um humano.

Apesar de ficcional consegue trazer alguma realidade com a introdução das redes sociais como os grandes influenciadores das vidas vampirescas, como reality shows e blogger, a documentarem tudo. Muitos são aqueles que se deixam vislumbrar com um mundo que parece fantástico, outros apenas querem conhecer o que há em Coldtown. 

O que mais me apelou os sentidos foi mesmo a crueza destes vampiros, não interessa quem seja a pessoa, pois se tiverem de a matar, ela é morta na certa. São arrogantes, sádicos e bem malucos. Talvez por isso, o que gostei mais foi o elemento acção e surpresa dos desenvolvimentos e não tanto o romance. É um livro YA, e sei que o romance é um factor importante, mas nesta história a maneira como declararam o amor um pelo outro, soou desalinhado, foram de contexto.

Por isso, são dois aspectos que não me fizeram gostar totalmente da história.  
O final. Achei que aquela declaração de amor não combinou com o tipo de história que presenciei, eles estão apaixonados mas não li ali nada para no fim parecer que estão madly in love.
Outro aspecto foi a Tana. Ela tem uma personalidade bem forte que não combina em nada com a rapariga que dá várias vezes a ideia que quer ser vampira e qual não é a minha surpresa quando pode vir a sê-lo, afinal não quer. É que esta rapariga ao ter estado algumas vezes na iminência de sê-lo, devia desde o início ter uma posição firme sobre aquilo que realmente quer, e ao não mostrá-lo claramente, confundiu-me profundamente. 

Mas foi uma aventura divertida e que conseguiu entreter-me, mas falhou em alguns aspectos para que sentisse grande satisfação em ter lido este stand alone.

Citações:

“Every hero is the villain of his own story.”  

“We all wind up drawn to what we're afraid of, drawn to try to find a way to make ourselves safe from a thing by crawling inside of it, by loving it, by becoming it.”

Classificação: 3,5 de 5* 

Música da Semana








Esta semana tem sabor a John Legend, e depois de um concerto fenomenal ontem à noite, não podia deixar de escolher algumas músicas que foram os pontos altos.
O homem realmente tem uma grande voz e uma banda fantástica a apoiá-lo, mas sozinho conseguia, na mesma, entreter os espectadores.
Grande espectáculo!