Mil Sóis Resplandecentes, Khaled Hosseini
Título Original: A Thousand Splendid Suns
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Editorial Presença
Género: Romance
Páginas: 328
Ano Publicação PT: 2008
Sinopse
Há livros que se enquadram na categoria de verdadeiros fenómenos literários, livros que caem na preferência do público e que são votados ao sucesso ainda antes da sua publicação. Há já algum tempo que se ouvia falar de Mil Sóis Resplandecentes, do afegão Khaled Hosseini, depois da sua fulgurante estreia com O Menino de Cabul, traduzido em trinta países e agora com adaptação cinematográfica em Portugal. A verdade é que assim que as primeiras cópias de Mil Sóis Resplandecentes foram colocadas à venda, o romance liderou o primeiro lugar nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Holanda, Itália, Noruega, Nova-Zelândia e África do Sul, estando igualmente muito bem classificado no Brasil e em França. A própria Amazon americana afirmou que há muito tempo não tinha visto um entusiasmo tão grande a propósito de um livro. Devido ao elevado número de encomendas, nos Estados Unidos, foram realizadas cinco reedições ainda antes do livro chegar às livrarias e na primeira semana após a publicação, já tinham sido registadas um milhão de cópias em circulação. É pois um caso verdadeiramente arrebatador que combina preferências populares potenciadas pelo efeito de passa-palavra às melhores críticas internacionais. Confirmando o talento de um grande narrador, Mil Sóis Resplandecentes passa em revista os últimos trinta anos no Afeganistão através da comovente história de duas mulheres afegãs casadas com o mesmo homem, unidas pela amizade e pela dor proveniente dos abusos que lhes são infligidos, dentro e fora de casa, em nome do machismo e da violência política vigente durante o regime taliban, mas separadas pela idade e pelas aspirações de vida. Um livro revelador, que aborda as relações humanas e as reforça perante reacções de poder excessivo e impunidade.
Há livros que simplesmente têm o poder de mudar a imagem e
percepção que fazemos de um certo país e/ou povos como os muçulmanos. Afinal o que eu
apenas conheço, que verdade seja dita sem conhecer bem, é a história recente,
não a verdadeira história de um povo que podia ter melhores condições de vida, senão fossem as constantes invasões de outros países ou ideais, que lhes dão ainda mais motivos para se revoltarem.
Como pano de fundo Cabul, é nos dado a conhecer a
história de vida de duas mulheres de gerações e vivências bem diferentes.
Mariam sempre viveu excluída da sociedade, filha bastarda de um homem importante, conheceu a dura realidade de vida, quando aos 15 anos sofre uma forte reviravolta. Apercebeu-se de como é verdadeiramente o pai como pessoa, perdeu a mãe e casou com um homem mais velho que não conhecia de nenhum lado. Já Laila, uma jovem a quem a vida prometia tanto e vizinha de Mariam, despede-se do amor da sua vida, perde a casa e os pais e aceita casar com o marido de Mariam, Rashid, para dar pai à criança que traz no ventre.
Diferenças não só ao nível do crescimento como no trato que o marido passa a dirigir a cada uma.
Se vamos vendo com a passagem dos anos as transformações que o Afeganistão sofre, vamos descobrindo o papel que a mulher detém naquela sociedade. Se por momentos vemos que as mulheres podiam vestir-se sem terem de usar obrigatoriamente burca ou que podiam continuar os estudos, depois da chegada de novos ideais ao poder passam a representar o papel de submissão, obediência e de completa posse pela parte do marido/pai/irmão, homem no geral. A mulher passou a ser vista única e exclusivamente como um objecto.
Mariam sempre viveu excluída da sociedade, filha bastarda de um homem importante, conheceu a dura realidade de vida, quando aos 15 anos sofre uma forte reviravolta. Apercebeu-se de como é verdadeiramente o pai como pessoa, perdeu a mãe e casou com um homem mais velho que não conhecia de nenhum lado. Já Laila, uma jovem a quem a vida prometia tanto e vizinha de Mariam, despede-se do amor da sua vida, perde a casa e os pais e aceita casar com o marido de Mariam, Rashid, para dar pai à criança que traz no ventre.
Diferenças não só ao nível do crescimento como no trato que o marido passa a dirigir a cada uma.
Se vamos vendo com a passagem dos anos as transformações que o Afeganistão sofre, vamos descobrindo o papel que a mulher detém naquela sociedade. Se por momentos vemos que as mulheres podiam vestir-se sem terem de usar obrigatoriamente burca ou que podiam continuar os estudos, depois da chegada de novos ideais ao poder passam a representar o papel de submissão, obediência e de completa posse pela parte do marido/pai/irmão, homem no geral. A mulher passou a ser vista única e exclusivamente como um objecto.
Por estar na óptica feminina não é difícil colocarmo-nos no
papel daquelas mulheres. São mais do que muitos os pensamentos que fluem ao
lermos certas passagens, como o diferente papel das mulheres comparada com o das ocidentais. Mas se este aspecto nos chama logo à atenção, a
violência, a intolerância, o sofrimento, a coragem, são afinal características
bem comuns às mulheres no geral. E se temos por base odiar outra mulher, sejam
por quais forem os motivos, este livro mostra que é na condição de nos unirmos
que somos mais fortes. Quando nos deixamos de comparações e passamo-nos a ver como iguais, há uma solidariedade feminina sem igual. Afinal o amor e amizade podem crescer onde menos se espera, e são eles as grandes motivações para continuar a lutar e fazer o que está certo.
Entrelaça a História do Afeganistão com a história de vida de duas mulheres que tiveram de crescer cedo de mais para uma dura e fria realidade. Não só a guerra rouba, mas também o papel dos extractos sociais são muitas vezes os agentes activos para não concederem a dignidade a quem a merece. Mariam, Laila e Tariq são os rostos ficcionais de muitas histórias verídicas.
Com uma escrita simples, motivadora e verdadeira, Khaled Hosseini ganhou uma forte admiradora.
Entrelaça a História do Afeganistão com a história de vida de duas mulheres que tiveram de crescer cedo de mais para uma dura e fria realidade. Não só a guerra rouba, mas também o papel dos extractos sociais são muitas vezes os agentes activos para não concederem a dignidade a quem a merece. Mariam, Laila e Tariq são os rostos ficcionais de muitas histórias verídicas.
Com uma escrita simples, motivadora e verdadeira, Khaled Hosseini ganhou uma forte admiradora.
Citações:
"Aprende já isto e aprende bem, minha filha: assim como a agulha de uma bússola aponta para o Norte, também o dedo acusador de um homem encontra sempre uma mulher. Sempre."
"Os rapazes apercebeu-se ela, tratavam a amizade da mesma maneira que o Sol: a sua existência era indiscutível; e o seu fulgor desfrutado de preferência sem ser directamente contemplado."
"Laila, minha querida, o único inimigo que um afegão não consegue derrotar é ele próprio."
Classificação: 5 de 5*
"Aprende já isto e aprende bem, minha filha: assim como a agulha de uma bússola aponta para o Norte, também o dedo acusador de um homem encontra sempre uma mulher. Sempre."
"Os rapazes apercebeu-se ela, tratavam a amizade da mesma maneira que o Sol: a sua existência era indiscutível; e o seu fulgor desfrutado de preferência sem ser directamente contemplado."
"Laila, minha querida, o único inimigo que um afegão não consegue derrotar é ele próprio."
Classificação: 5 de 5*
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