Amor e Enganos, Julia Quinn
Título Original: An Offer From a Gentleman
Autor: Julia Quinn
Editora: ASA
Género: Romance Histórico
Série: Bridgerton #3
Páginas: 384
Ano Publicação PT: 2013
Sipnose
Sophie Beckett tinha um plano ousado: fugir de casa para ir ao famoso baile de máscaras de Lady Bridgerton. Apesar de ser filha de um conde, ela viu todos os privilégios a que estava habituada serem-lhe negados pela madrasta, que a relegou para o papel de criada. Mas na noite da festa, a sorte está do seu lado. Sophie não só consegue infiltrar-se no baile como conhece o seu Príncipe Encantado. Depois de tanto infortúnio, ao rodopiar nos braços fortes do encantador Benedict Bridgerton, ela sente-se de novo como uma rainha. Infelizmente, todos os encantamentos têm um fim, e o seu tem hora marcada: a meia-noite. Desde essa noite mágica, também Benedict se rendeu à paixão. O jovem ficou até imune aos encantos das outras mulheres, exceção feita... talvez... aos de uma certa criada, que ele galantemente salva de uma situação desagradável. Benedict tinha jurado tudo fazer para encontrar e casar com a misteriosa donzela do baile, mas esta criada arrebatadora fá-lo vacilar. Ele está perante a decisão mais importante da sua vida. Tem de escolher entre a realidade e o sonho, entre o que os seus olhos veem e o que o seu coração sente. Ou talvez não...
A história da Cinderela é das histórias de encantar que
menos me identifico. No início deste romance estava reticente se iria ser uma
fotocópia do conto, o que não se veio a revelar, contudo este livro não me
conseguiu agradar tanto como os anteriores da série Bridgerton. Se o 1º falava
de Daphne, o 2º de Anthony, este segue o percurso da flecha do cupido até ao coração
de Benedict.
Sophie Beckett ou a Cinderela, é filha ilegítima porém beneficia
de uma educação superior mesmo que seja vista por todos como a protegida do Conde
de Penwood. Quando este morre a madrasta Araminta e com as suas duas filhas provocam
e alteram por completo a vida de Sophie, esta passa a ser a criada e terá de
aturá-las até que é expulsa da única casa que conheceu.
Tudo acontece quando decide ir ao baile de máscaras dado
pelos Bridgerton, aí conhece Benedict ou o Príncipe Encantado, e entre eles a
empatia é imediata. Ele bem tanta descobrir quem ela é ou, pelo menos, saber o
seu nome mas isso é segredo dos deuses. A mulher do vestido prateado consegue
em apenas umas horas arrebatar o coração de Benedict. Porém, quando a madrasta
descobre que Sophie foi àquele baile, toma medidas de lhe retirar tudo o que
tinha até então e ela não vê outra alternativa senão sair de Londres.
Benedict Bridgerton o 2º em linha de sucessão, está mais que
farto dos bailes e convívios sociais que imperam em Londres. Mesmo já tendo
passado 2 anos depois do encontro com a mulher do vestido prateado não consegue
deixar de lutar contra o seu pensamento, que revive constantemente aquela
noite. O facto de ter desaparecido tão subitamente do baile desencadeou uma
perseguição apaixonada por parte de Benedict, que não deu em nada. E mais difícil
se torna deixar de pensar n’ Ela, quando
salva uma criada de ser violada. Esta consegue trazer a lume o que se pode
esperar numa relação, numa paixão, numa mulher. Só que existe o grande
inconveniente de ser uma criada mesmo que ele não trate como tal.
O que estragou foi a maneira de ser de Benedict. Se em
vários momentos faz questão de ajudar os menos beneficiados ou reprimidos da
sociedade, noutros momentos faz questão de deixar claro qual a sua posição perante
o papel de uma criada quando se envolve com ela. Para alguém que sempre foi
visto como o nº2 da sua grande família e nunca como o Benedict, criticando como
a sociedade o vê e apelida, é uma pessoa que também usa o mesmo conservadorismo
da sociedade que tanto critica numa questão que só a ele lhe diz respeito.
Insistir que uma mulher se torne sua amante só para poder beneficiar dos seus
prazeres carnais, ignorando completamente o papel da mulher que está a subjugar,
atitude nada louvável de um homem que se apelida defensor dos oprimidos.
Como pano de fundo gostei de ver a importância familiar. Se
para uns, a posição social é importante mas não rejeitam as consequências que
possam advir de relacionamentos entre classes sociais diferentes; para outros,
o papel da matriarca ou dos irmãos, denotam extrema importância para questões
do foro pessoal, mesmo que muitas vezes, se tenha tendência a querer esquivar
às coscuvilhices que existem num seio familiar.
Julia Quinn consegue agarrar nos mesmos artifícios que os
livros anteriores, humor, paixão, desencontros e dificuldades em se destacar ou
dificuldades socioeconómicas. Contudo este livro não conseguiu criar empatia
comigo, as personagens principais não caíram de todo ao meu gosto, ela pela
ideia de ser uma Cinderela mais moderna que sabe impor-se sem se impor, ele por ser tão
sério mas que chega ao ridículo de mostrar um lado que apregoa como censurável.
Se não fossem a cenas mas caricatas ou sensuais, daria muito mas muito menos
por este romance.
Citações:
“Sou capaz de viver contigo a odiar-me, mas simplesmente não
posso viver sem ti.”
“Dizem que uma pessoa inteligente aprende com os seus erros,
mas uma pessoa verdadeiramente inteligente aprende com os erros dos outros.”
“O amor é, naturalmente, o elemento mais importante em
qualquer união, mas as influências externas podem impor uma grande pressão num
casamento.”
Classificação: 3 de 5*
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