Opinião Livro

A Filha da Minha Melhor Amiga, Dorothy Koomson


Título Original: My Best Friend's Girl
Autor: Dorothy Koomson
Editora: Porto Editora
Género: Romance Contemporâneo
Páginas: 448
Ano Publicação PT: 2006

Sinopse

A forte relação de amizade entre Kamryn Matika e Adele Brannon, companheiras desde os tempos de faculdade, é destruída num instante de traição que marcará as suas vidas para sempre.
Anos depois desse incidente, Kamryn é uma mulher com uma carreira de sucesso, que vive sem ligações pessoais complexas, protegendo-se de todas as desilusões. Mas eis que, no dia do seu aniversário, Adele a contacta... A amiga de Kamryn está a morrer e implora-lhe que adote a sua filha, Tegan, fruto da sua ilícita relação de uma noite com Nate.

Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração?
Uma viagem dolorosa e comovente de auto-conhecimento, uma leitura de cortar a respiração.


Dorothy tem a capacidade de surpreender com cada história que apresenta ao leitor. Este embarca pela aventura que é saber perdoar quem mais nos magoa por serem tão importantes para nós. A curiosidade já estava mais do que espicaçada para lê-lo depois de saber que é um dos livros mais adorados pelos leitores da Dorothy e não pude adiar mais.
  
Kamryn não esperava que ao fazer 32 anos iria receber a sua maior e mais complicada prenda de sempre. Ao ler o postal de Adele, nunca esperava que a sua vida fosse dar uma volta de 180º num curto espaço de tempo. Adele bastante doente tenta fazer entender a Kamryn que ela terá de cuidar de Tegan, a menina de 5 anos, que representa os dois anos que Ryn quer tanto esquecer. Contudo, quando achava que Adele tinha possibilidades de melhorar, Kamryn e Tegan recebem uma notícia que as abala profundamente.

Usando artifícios do passado, vamos conhecendo a história de amizade destas dois amigas, os problemas e sacrifícios que passaram, assim como, as alegrias. No presente Kamryn aprende a ser mãe e a viver permanentemente com uma criança em sua casa até ao dia que o seu chefe Luke passa a ser o terceiro elemento desta família alternativa. Porém tem de existir sempre algo que abale as estruturas e o ex-noivo de Ryn, Nate entra em cena para o fazer.

Num só pacote podemos contar com relacionamentos amorosos, casos de uma noite, relação de amizade entre melhores amigas, más convivências com os pais, doença, profissionalismo e a maternidade. O amor de uma mãe que só tem aquele único ser pequenino na sua vida; e o descobrir que o amor e carinho de uma criança pode transformar a vida de quem é mãe por acolhimento.

Um tema forte: perdoar. Quem terá a capacidade de conseguir perdoar e viver constantemente ao pé da lembrança que alterou completamente o curso de uma história de vida? Haverá quem o consiga e este retrato representa bem que muitas vezes temos de colocar toda a magoa, tristeza e angústia para trás das costas se queremos seguir um bom caminho. E quando uma criança é colocada no caminho, mais se tem de pensar no seu bem estar e não nas quizílias que despedaçaram uma amizade, uma relação amorosa.

Gostei bastante mas apenas senti que o final foi demasiado repentino e tirou o seu quê de importância à história: não é à toa que decidimos a nossa vida num café quando se passaram 16 meses. Acho que faltava mais umas páginas para realmente completar uma história tão enternecedora.

Personagens credíveis que retratam que errar é humano e que não são os nossos erros que têm de nos definir, afinal todos nós, em certos momentos somos bons, noutro somos maus. A narrativa cresce gradualmente acompanhando o amadurecimento que as personagens são expostas perante o reencontro, o amor, o aprender, o perdoar, e acima de tudo, o saber viver.

Citações:

" Se as pessoas gostam de mim, isso é fabuloso, mas não e faz deixar de existir. Se não gostam, é igualmente fabuloso, porque eu não me importo e continuo a existir."

"Chorar era um escape aceitável, mesmo que nos fizesse sentir vazios e em carne viva por dentro; não deixava de ser melhor do que acumular mágoa provocada pelo facto de não expressarmos as nossas emoções."

Classificação: 4,5 de 5*

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