Opinião Livro

Flawed, Kate Avelynn



Título Original: Flawed
Autor: Kate Avelynn
Editora: Entangled Publishing
Género: Romance Contemporâneo
Páginas: 336
Idioma: Inglês
Ano Publicação: 2012
ISBN: 1620612321

Sinopse

Sarah O’Brien is alive because of the pact she and her brother made twelve years ago — James will protect her from their violent father if she promises to never leave him. For years, she’s watched James destroy his life to save hers. If all he asks for in return is her affection, she’ll give it freely.

Until, with a tiny kiss and a broken mind, he asks for more than she can give.

Sam Donavon has been James’ best friend — and the boy Sarah’s had a crush on — for as long as she can remember. As their forbidden relationship deepens, Sarah knows she’s in trouble. Quiet, serious Sam has decided he’s going to save her. Neither of them realizes James is far more unstable than her father ever was, or that he’s not about to let Sarah forget her half of the pact . . .




Como para a maratona de grupo do Goodreads precisava de um livro com capa preta, tinha este ebook e deixei-me ir à descoberta. Não sabia grande coisa sobre a história mas logo no início comecei a ter um vislumbre do que podia esperar…e digo que é um livro que não é para toda a gente.


Consegue trazer a lume vários segredos que muitas famílias escondem no seu seio. Pais problemáticos e filhos vítimas dos mais variados tipos de abusos tornando-os possessivos, controladores e aterrorizados. Esses abusos passaram desde a simples negligência ao controlo por meio de cintos e pontapés. Sarah e James O’Brien são duas vítimas que quis que no passado fizessem uma promessa que iam-se sempre proteger um ao outro. Mas quando Sarah cresce e começa a querer seguir com a sua vida e a conhecer um outro mundo, será que o irmão aceita a quebra da promessa?


Já tinha dito que não é um livro para qualquer pessoa, até eu que não me choco com facilidade, neste livro fiquei bastante. Quando vemos pelas atitudes, o modo e a vontade de querer que certas barreiras impossíveis sejam transpostas, custa continuar a leitura. Contudo consegui fazê-lo. Viver constantemente aterrorizada na nossa própria casa e saber quais os minutos em que alguém irá chegar e alguém terá de ter o comer pronto a horas na mesa, e cronometrar isso tudo com a máxima rapidez para sair de casa ou trancar-se no quarto, deve ser complicado de digerir. E esta é basicamente a vida de Sarah, quando muitos vêem as férias escolares como algo bom para ela não podiam significar o inferno. Porém quando o irmão sugere levá-la a uma festa, reencontra Sam, o rapaz por quem tem uma paixoneta desde sempre mas intocável porque é o melhor amigo do irmão.


Até certo ponto consigo entender as motivações por detrás de ambos os jovens. Ele como irmão mais velho sempre se sentiu na obrigação de amparar todos os golpes para que a irmã não tivesse que sofrer ainda mais naquela vida miserável em que se encontravam. Mas felizmente ou infelizmente todos nós somos o somatório das vivências e convivências que lidamos ao longo dos anos. E neste caso, o James tornou-se um próprio reflexo do pai abusivo, mesmo que o fosse sem ter essa consciência. Sarah já habituada ao género de pai que tem vê com maior clareza esta transformação do irmão, e sabendo do poder que tem para com James, tenta conciliar o namoro secreto com Sam e as mudanças repentinas de humor do irmão. Para todos os efeitos, ela é a pessoa a quem ele mais confia mesmo quando ela própria comece a vacilar na crença que deposita no irmão.


E a introdução de Sam e da mãe deste na narrativa serviu para no fundo “salvar” uma alma do mundo da desgraça. Quem está dentro nem sempre se aperceber do ambiente em que vive e também acontece que muitos não têm a coragem ou têm medo de sair do ambiente que sempre estiveram familiarizados. Sam foi a porta aberta para a nova percepção de vida e a mãe dele a única conselheira adulta. Mas é difícil lidar com todas as novas possibilidades que a vida tem para nos oferecer pois o que ela sempre sentiu como permanente, foi o amor e protecção do irmão. Pensar em arranjar trabalho ou viver com Sam são objectivos possíveis mas impossíveis sem sentir que está a trair e abandonar quem sempre esteve lá por ela.


E com um final daqueles, é caso para dizer que não é nenhum romance cor-de-rosa mas daqueles que terminam mal e que deixam um sabor amargo na boca, contudo consegue de tal maneira manipular as emoções que entendemos parcialmente as motivações que os levam a determinados caminhos. E com outro fim tudo teria soado mal.
 
Citações:


“I know my son and I know your brother, so don’t even try to deny it. If Joe’s death taught me anything, it’s that life’s too short to let someone else control you.”


“Your instincts are better than you think, Sarah. Maybe it’s time you start paying attention to what they say.”


“Yes,” he says. “That’s your whole problem – you and James don’t know where he ends and you begin. You’re too dependent on each other. Neither of you can make your own decisions because neither of you knows who you are.”


Classificação: 4,5 de 5*



 

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