À Procura de Alaska, John Green
Título Original: Looking For Alaska
Autor: John Green
Género: YA
Ano Publicação PT: 2012
Editora: ASA
Páginas: 256
ISBN: 9789892316826
Sinopse
Na escuridão atrás de mim, ela cheirava a suor, luz do sol e baunilha, e, nessa noite de pouco luar, eu pouco mais podia ver além da sua silhueta, mas, mesmo no escuro, consegui ver-lhe os olhos - esmeraldas intensas. E não era só linda, era também uma brasa."
Alaska Young. Lindíssima, esperta, divertida, sensual, transtornada… e completamente fascinante. Miles Halter não podia estar mais apaixonado por ela. Mas, quando a tragédia lhe bate à porta, Miles descobre o valor e a dor de viver e amar de modo incondicional.
Nunca mais nada será o mesmo.
Comprei este livro por uma troca e comecei logo a lê-lo no fim-de-semana passado. A
minha intenção era ler algum que não requeresse muito esforço e que me
mantivesse motivada. Conseguiu mas o livro não é nada daquilo que esperava e
desiludiu.
Miles Halter tem 17 anos e farto da vida que leva
pretende ir para um colégio interno em busca da Grande Incógnita. O rapaz que
adora ler biografias sobre pessoas famosas e decorar as últimas palavras destes
conhece assim em Culver Creek, o Coronel, colega de quarto, Alaska, Takumi e
Lara. Com eles cria empatia e passam a ser a sua nova casa. Só que quando menos
se espera o inesperado acontece.
Está dividido entre o antes e o depois do “desaparecimento”
de Alaska, se a primeira parte conseguimos perceber o ambiente por onde Miles
se move, na segunda parte andamos todos (personagens e leitor) à deriva.
Enquanto as personagens tentam perceber o que levou àquele fim trágico e
interligar o que se passou naquela noite, eu como leitora senti-me bastante
confusa porque aquilo não me levou a lado nenhum. Pensei que iria existir uma
epifania no final ou algo que fosse marcar a diferença mas afinal não.
Livro tipicamente adolescente, fala do primeiro amor e
primeiras experiências, crises de identidade, das novas amizades e o seu significado,
da lealdade, do desamparo e sofrimento, do entendimento do que é importante e a
procura dos significados da vida. Porque existimos, porque sou assim ou porque
aquilo aconteceu. Só que apesar de tocar nestes pontos não os aprofunda, não me
senti suficientemente tocada por este ou aquele acontecimento. Podem existir
dilemas mas como não são abordados da melhor maneira dá a entender que “oh mais
um/a que sofre sem necessidade”, só dá vontade de dizer “isso passa, cresce e
aparece!”, não há a profundidade certa para perceber que a vida de Alaska é tão
tumultuosa.
“Como é que alguma vez haverei de sair deste labirinto?” a
questão existencial de Alaska e Miles. Uma porque quer urgentemente sair do
labirinto que a sua vida se transformou e encontrar uma saída que a leve para a
paz e conforto; o outro porque quer apenas dar um rumo diferente à vida que se
materializou à sua frente e dar-lhe significado. Claro que com o fim de Alaska,
Miles percebe que é possível sobreviver às adversidades da vida e lutar por
algo melhor. Enquanto Alaska sempre viu que o melhor para si era
autodestruir-se, por isso, para sair do labirinto o melhor é ir em frente.
De leitura rápida e fluída, John Green apenas falha
redondamente em não perscrutar os dramas adolescentes, em particular, o de
Alaska. Porque ao fazê-lo eu conseguiria entender muito melhor a Alaska, ela
pode ser inconstante mas pensei que todos (leitores e personagens) ficássemos mais
esclarecidos de como era realmente a vida dela revoltosa. E a 2º parte não foi digna de nada, não se descobriu nada que mudasse o rumo às coisas.
Apenas quero fazer uma ressaltava, que este livro me ajudou
a socorrer uma amiga.
Só penso que as coisas acontecem porque têm mesmo de
acontecer. Tenho tantos livros para ler e este comecei logo a lê-lo mal o
adquiri, e esta semana já me foi necessário. Foi graças a ele que me lembrei dos
sintomas que as pessoas devem ter como alerta quando alguém está com problemas
psicológicos, ou quando querem levar as coisas para outros caminhos. Os factores
estavam/estão lá, só não repara quem não quer. E graças a Deus, eu reparei e
ela já pediu ajuda psicológica. Podemos saber que não estamos bem, mas quando
realmente nos tentam chamar à razão, o click finalmente faz-se!
Só por isso obrigada livro,
obrigada John Green.
Citações:
“Passamos a vida inteira encurralados no labirinto, a pensar
em como sairemos dele um dia e em como será espectacular, e a imaginar que o
futuro nos mantém a andar, mas nunca de lá saímos. Limitamo-nos a usar o futuro
para fugir ao presente.”
“Éramos tantos a ter de viver com as coisas que foram feitas
e as que ficaram por fazer nesse dia. Coisas que não correram bem, coisas que
na altura pareceram bem, porque não podíamos ver o futuro. Se ao menos
conseguíssemos ver a interminável cadeia de consequências que resultam dos
nossos mais pequenos actos. Mas só aprendemos a lição quando a lição se torna
escusado.”
Classificação: 3 de 5*
Foi o único que li dele e as nossas opiniões são muito semelhantes :P
ResponderEliminarMas lê "a culpa das estrelas" que não tem nada a ver, e começo a achar que o homem adora falar de problemas na adolescência, mas também o problema é não os desconstruir da melhor maneira :)
EliminarAinda só li um livro dele.. e tenho muita curiosidade em ler mais.. mas infelizmente já ouvi muitas pessoas a não gostarem dos outros livros dele..
ResponderEliminarpelo menos ajudou uma pessoa e por isso já deve ter valido a pena.. :D
Beijinhos*
Eu ainda quero ler os outros dele mais para tirar teimas, mas se vir que ele não aprofunda os problemas não vale a pena...até pq todos nós temos problemas mas gosto de vê-los bem descontruidos percebes, gosto que haja fundamento para tudo e não só uma pincelada geral.
EliminarOlha só por isso bendito livro nem imaginas!!Fico tão feliz por ter lido o livro e ter-me encontrado com essa pessoa naquele dia, afinal tudo acontece mesmo por um motivo :D