Opinião Livro



Saving June, Hannah Harrington



Título Original: Saving June
Autor: Hannah Harrington
Editora: Harlequin Teen Australia
Páginas: 336
ISBN: 1921794097
Idioma: Inglês


Sinopse

‘If she’d waited less than two weeks, she’d be June who died in June. But I guess my sister didn’t consider that.’

Harper Scott’s older sister has always been the perfect one — so when June takes her own life a week before her high school graduation, sixteen-year-old Harper is devastated. Everyone’s sorry, but no one can explain why.

When her divorcing parents decide to split her sister’s ashes into his-and-her urns, Harper takes matters into her own hands. She’ll steal the ashes and drive cross-country with her best friend, Laney, to the one place June always dreamed of going — California.

Enter Jake Tolan. He’s a boy with a bad attitude, a classic-rock obsession and nothing in common with Harper’s sister. But Jake had a connection with June, and when he insists on joining them, Harper’s just desperate enough to let him. With his alternately charming and infuriating demeanour and his belief that music can see you through anything, he might be exactly what she needs.

Except June wasn’t the only one hiding something. Jake’s keeping a secret that has the power to turn Harper’s life upside down — again.





Este livro tem um título que não é para ser literal, pois de facto a June não pode ser salva porque se suicidou. Porém, representa o que a irmã de June, Harper, faz por ela depois do sucedido. Apesar de não a conseguir salvar, a road trip até à Califórnia é o mais próximo que pode faz para a “salvar.”

A atitude de June, apanha toda a família de surpresa, devastados não conseguem perceber o porquê, e Harper nem chorar consegue. Quando sabe que os pais divorciados pretendem dividir as cinzas da irmã, resolve tomar uma posição em relação a esse assunto. Sempre soube que o sonho da June era viver na Califórnia, por isso, tem a ideia de espalhar lá as suas cinzas. 
Jack Tolan surge na história com uma ligação misteriosa a June, e acaba por ser graças a ele que a viagem da Harper e da Laney se concretiza ao propor ser o motorista. Sempre acompanhados pelo som das compilações de rock clássico que ele alterna pelos diferentes Estados por onde passam.

Harper Scott tem 16 anos, é a filha mais nova e vive com a mãe e a irmã no estado do Michigan. Enquanto June é a filha perfeita, a que tem sempre uma palavra amiga e está sempre lá para ajudar quem quer que seja, Harper não podia ser mais diferente. Não é social, apenas se dá com a sua melhor amiga Laney, aluna mediana, várias vezes é suspensas das aulas, basicamente é aquela típica rapariga adolescente revoltada com tudo e todos. Várias são as descrições que dão a entender que ela própria ainda não entendeu o seu significado no mundo.
Capta-se muito a sua maneira de ser ao comparar-se à irmã. E como todos, incluindo os próprios pais, colocavam todas as esperanças em June, e não em Harper. Acho que a atitude desconfiada e agressiva com que age perante os outros é compreensível, pois teve de suportar o divórcio dos pais, o afastamento do próprio pai e da irmã, e ainda viver à sombra da “perfeição” da irmã, e isso, levou a que apenas pudesse contar consigo própria.



Mas foi a dita “perfeição” da irmã que a levou a tomar uma atitude contra a própria vida. Desta forma viu-se livre das expectativas elevadas que os outros tinham dela. E Harper com as suas imperfeições e sentimento de deriva perante a vida, percebe através da viagem até à Califórnia, que apesar de tudo, vale a pena viver. Assiste-se a uma personagem mais consciente de si própria e do seu papel na sua família, que está a crescer. 

Nesta viagem o poder da amizade está em evidência. Harper, Laney e Jack são pessoas completamente diferentes, cada um com a sua história e os seus problemas. Ficamos a saber que a Laney é-lhe dado tudo, mas no fundo não tem o carinho dos pais. Ou que Jack nunca teve ninguém que acreditasse nele ou se importasse com ele. E quando se descobre isto, fica-se a saber qual a ligação dele com June. Ela era tutora dele e foi a única pessoa que se importava e que não tinha medo dele. Por isso, no início é uma personagem que nos leva a questionar quais os seus verdadeiros motivos, o porquê de querer fazer esta viagem ou qual a sua ligação a June. 


A música tem um papel fundamental na história, criando um ambiente emocionante durante todo o livro. Serve como mecanismo de deixar as emoções fluírem, pois quando Harper consegue finalmente chorar, fá-lo depois de ouvir Let It Be dos The Beatles. Apercebe-se pela letra que afinal esta está errada porque nunca haverá respostas, haver cada vez mais questões. A partir deste momento vemos uma Harper mais solta e consciente talvez um dia consiga colocar as peças nos pontos certos. 

O único ponto que discordo na história é a Harper que desde o início tem um certo atrito com o Jack, e não o conhecendo de lado nenhum aceita fazer esta viagem com ele, mesmo sem este lhe explicar os seus motivos para a querer fazer. Eu sei que há muitas raparigas de 16 anos que não têm muita cabecinha, mas caramba fazer uma viagem de uma semana com um rapaz que só viu 2 vezes é um bocadinho demais, ainda para mais, ela não gosta nem um bocadinho da atitude dele no início.


Apesar de tudo, no final fiquei satisfeita. A conjugação de assuntos pesados com a piada de fazer uma road trip pelos EUA, funcionou muito bem. Talvez por ser uma apaixonada por este tipo de viagens tenha contribuído para gostar mais da história. Gostei da maneira como a autora explorou as problemáticas e, por isso, irei ler o Speechless.


Citações 
                                         
“Look, I’ve learned that the only way to prevent being a product of your environment is to at least be honest about what that means.”

“I’m sorry,” I say. “For everything I did. For everything I didn’t. I wish you were here. I know it’s not enough, but I guess this is the closest I’m going to get, to saving you.”

Classificação: 4 de 5*

 

 
 




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