Do Céu, Com Amor, Michelle Holman
Título Original: Bonkers
Autor: Michelle Holman
Editora: Quinta Essência
Páginas: 408
ISBN: 9789897260537
Sinopse
O que aconteceria se um anjo decidisse fazer de advogado do Diabo?
Depois de uma colisão frontal entre um elegante carro desportivo e um utilitário, um anjo bondoso faz uma troca na sala de espera do Céu. Uma professora baixinha, temperamental e amante de râguebi recebe uma segunda oportunidade e encontra-se no corpo de uma americana alta, deslumbrante e promíscua. Tem um marido rico e lindo de morrer que parece ter acabado de sair de um romance -, mas por uma razão qualquer, não suporta sequer olhar para ela. Ela pensa que enlouqueceu, e se contar a alguém as pessoas saberão que isso é verdade... e irão interná-la. E ela não pode fugir e esconder-se: tem uma perna partida.
Respirando fundo, Lisa levantou o espelho. O rosto que viu era encantador, apesar dos hematomas e do tom acinzentado e pouco saudável da pele. O cabelo negro caía em madeixas oleosas sobre uma testa alta e lisa. Olhos grandes e azuis, com longas pestanas negras, fitavam-na com uma expressão apreensiva. Viu maçãs do rosto altas e salientes, e um nariz longo e estreito por cima de uma boca carnuda e rosada. Era o rosto da mulher que vira na sala de espera. O rosto da mulher que conduzia o descapotável azul. A mulher chamada Linda. George tinha-a posto no corpo errado.
Ainda não sei bem o que pensar deste livro. Li o livro em menos
de 24 horas e sempre que o tinha de largar estar sempre a pensar nele. Caramba
o que me ri, e pelos vistos, como vai ser adaptado ao cinema, só espero mesmo que
não estraguem os melhores momentos deste delicioso livro.
Como a sinopse sugere Lisa Jackson sofre um acidente de
viação, depois de saber que tem de realizar uma histerectomia. O carro que
choca no seu, era conduzido por uma mulher, Linda Brogan, que ia acompanhada
num carro que não era seu. Ambas encontram-se às portas da morte, e chegam mesmo
a estar na “sala de espera” até que é decidido que uma vai voltar a viver, mas
George decide que tem de fazer uma troca, e assim, Lisa quando acorda no quarto
do hospital, está dentro do corpo de Linda.
Aos olhos de muitos é uma história mirabolante e, é verdade
que, nunca poderia acontecer, mas só mesmo estando embrenhado na história não
se pode negar o efeito que a mesma provoca. A parte surreal de uma pessoa estar
dentro de um corpo completamente diferente do seu, é posta de parte a partir do
momento que Lisa começa a demonstrar quem ela própria é, seja com Dan, o marido
de Linda, ou perante a sua irmã, Sherry.
Agora imaginem uma pessoa ter de explicar ao suposto marido
quem é ela, e eventualmente, fazer o mesmo com a sua verdadeira família. Ou
quem está do outro lado e ouve alguém dizer algo tão estupido como, “eu não sou
a tua mulher apesar de ter a cara dela” ou “eu sou a tua irmã que afinal não
está morta.” Claro que as mais variadas situações acontecem até que todos consigam
encaixar que aquela mulher que está perante eles e tem a cara/corpo da Linda, é
afinal a Lisa. Com esse objectivo em mente, repara-se que Lisa é bastante persistente.
E é impossível não gostar desta personagem tão cativante.
Já a personagem Dan Brogan, um ortopedista pediátrico americano
a viver na Nova Zelândia, não podia ser mais convincente. Antes do acidente, o
casamento deles estava por um fio, ele não confiava na mulher e é com
dificuldade que reage à maneira como tem de lidar com Lisa. A sua postura para
com ela é de médico-paciente, e só aos pouco começa a deixar-se encantar por esta
mulher que assumir o corpo da sua esposa. É-lhe bastante difícil reconhecer que
aquela não é a sua mulher, apesar de todos os comportamentos e expressões lhe
dizerem o contrário. A relação entre Lisa e Dan começa-se a desenvolver aos
poucos, e depois de tanto toque acidental e passeios nocturnos de uma sonâmbula,
vêem movidos por uma paixão avassaladora.
Outra personagem que não podia deixar de falar é Sherry, a
irmã mais velha de Lisa. Bem, ela é uma mulher polícia mas quem nos tempos
livres parece uma top model. É durona
mas muito feminina, e também um pouco perversa, sempre a incentivar a irmã a
aproveitar o “marido” que lhe tinha calhado. Achei engraçado que Lisa como
Lisa, era pequena, com cabelo louro curto, muito pouco parecida com os irmãos.
Mas no corpo de Linda, até se parecia a Sherry, alta, morena e com atributos. E
foi pena não obter mais um vislumbre do que poderia ter acontecido entre Sherry
e Glenn, o irmão mais novo de Dan.
A história está muito bem estruturada, apesar da
reencarnação como tema, não deixa de ser uma história verdadeira. Há momentos
absolutamente hilariantes e as personagens são realmente encantadoras.
Passei
muito bons momentos a lê-lo, e adoro mesmo quando um livro tem o efeito de
contagiar ao ponto de não conseguir desligar-me dele. E claro adorei a capa, é
super apelativa e faz mesmo lembrar os dias de verão, tal como a história.
Aconselho vivamente a leitura.
Citação:
" - Adoro uma boa festa. E vês? - perguntou ele com um sorriso e dando-lhe uma cotovelada. - Não te disse que ia correr tudo bem?"
Classificação: 4,5 de 5*
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