Clube de Cinema - 1 Filme por Mês: Fevereiro





Eu e as minhas companheiras, Catarina do Sonhar de olhos abertos e a Silvana do Por detrás das palavras, já vimos um bocadinho atrasadas na publicação das opiniões sobre o filme escolhido de Fevereiro. Mas nunca é tarde.

O tema é escolhido foi História Verídica e o contemplado foi My Left Foot: The Story of Christy Brown.



Este filme conta a história verídica de Christy Brown, que nasceu com paralisia cerebral, em 1932.
O Meu Pé Esquerdo de 1989 é realizado por Jim Sheridan e baseado na autobiografia lançada por Brown quando ainda tinha 22 anos.
Interpretado por Daniel Day-Lewis, que lhe valeu a nomeação, e consequentemente, a atribuição do seu primeiro Óscar como Melhor Actor, assim como o Óscar de Melhor Actriz Secundária a Brenda Flicker, que interpreta a mãe de Christy, Mrs. Brown. Com dois Óscares atribuídos, só três acabaram por lhe fugir, entre eles, o de Melhor Filme. Mas não foi só nos prémios que obteve o devido reconhecimento mas também junto dos críticos e do grande público, em 1989.


Filho de uma família humilde irlandesa, Christy Brown nasce com sérias dificuldades motoras. Mesmo com as suas limitações, o pé esquerdo foi o único membro que conseguia mexer, e com prática começou a ganhar habilidade para escrever e pintar. Numa altura em que era complicado gerir uma deficiência motora de um filho, Mrs. Brown sempre fez de tudo para proporcionar uma boa vida ao seu filho. Desde cedo e com tantos filhos, tentou juntar dinheiro para conseguir comprar uma cadeira de rodas para que o Christy não vivesse mais limitado.



As cenas iniciais mostram Christy já adulto como convidado de uma plateia para dar a conhecer o seu exemplo de coragem e entrega à sua paixão, a pintura. Porém é só quando a enfermeira Mary entra em cena que através da leitura que esta faz à autobiografia, que começamos acompanhar o crescimento e evolução da vida de Brown.
Vemos a dificuldade de uma criança que tentar comunicar com a família e em lidar e ajudar os outros. Já em adulto tentou adaptar-se a uma clínica para pessoas com deficiências porém não conseguiu ambientar-se. A doutora Eileen, que o colocou na clínica, nunca desistiu dele e vemos que, mesmo em alguns momentos desespero, Christy consegue dar a volta por cima e começa a pronunciar as palavras e a mexer-se melhor.


Se tenho de elogiar o trabalho de Daniel Day-Lewis e o merecido Óscar, pois é um papel que se nota a grande qualidade e grandiosidade como actor, não há mesmo a menor dúvida. Também tenho de escrever umas palavras sobre Hugh O'Connor (Christy em criança). Se já existe dificuldade em interpretar os maneirismos, expressões e movimentos para um adulto, quanto mais não deve ser para uma criança, mas felizmente foi tão bem interpretado, que não consegui deixar de acreditar na credibilidade do que estava a ver.


De salientar que apesar das dificuldades e de se notar claramente o nível de deficiência de Christy Brown, por opção ou não (não sei), o filme não coloca em destaque o preconceito. Nota-se que o pai tem dificuldade em aceitar o filho e que algumas algumas raparigas não lhe dão a devida atenção, mas nunca foi um ponto demasiado assente. 
E que a diferença não é impedimento de grandes feitos e de viver uma vida a dois.


Se gostam de filmes baseados em factos verídicos e que contenham uma história diferente do habitual que destaca a diferença, então vejam mesmo este filme, pois vale bem a pena. 
  

 

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