Opinião Livro

Me Before You, Jojo Moyes



Título Português: Viver Depois de Ti
Autor: Jojo Moyes
Editora: Penguin
Género: Romance Contemporâneo
Páginas: 367
Idioma: Inglês
Ano Publicação: 2012

Sinopse

Lou Clark knows lots of things. She knows how many footsteps there are between the bus stop and home. She knows she likes working in The Buttered Bun tea shop and she knows she might not love her boyfriend Patrick.

What Lou doesn't know is she's about to lose her job or that knowing what's coming is what keeps her sane.

Will Traynor knows his motorcycle accident took away his desire to live. He knows everything feels very small and rather joyless now and he knows exactly how he's going to put a stop to that.

What Will doesn't know is that Lou is about to burst into his world in a riot of colour. And neither of them knows they're going to change the other for all time.




Nunca um livro teve o condão de colocar as minhas emoções em polvorosa. Primeiro livro lido de Jojo Moyes e não poderia esperar que logo no 1º que pegasse ia derramar avalanches de lágrimas. Até aconteceu um feito, nunca me que tinha acontecido chorar só por estar a imaginar o que daí vinha.


Louisa Clark é a narradora de vinte e seis anos que acaba de perder o emprego. Tendo dedicado anos àquele café, custa-lhe embarcar na aventura que é procurar trabalho. Precisa urgentemente de arranjá-lo já que não pode ser mais um encargo para os pais, que não só cuidam da irmã e filho desta, como do avô. Para ajudar nas despesas aceita um trabalho temporário apesar de não ter formação nenhuma nem grande jeito para o que irá fazer: cuidar de um tetraplégico. 

Will Traynor desde que ficou tetraplégico não aceita que esta seja a sua nova forma de viver. Tendo sido um jovem empresário de sucesso, que viveu à grande e à fartazana, viu de tudo e soube aproveitar realmente a vida, é-lhe complicado enfrentar os novos dados que a vida lhe lançou. Na sua mente uma só ideia tem sentido mesmo que a família e todos que o rodeiem estejam contra.

Eles começam por se odiar mutuamente, e Will não perde uma oportunidade de ser arrogante com Louisa. Só quando esta resolve enfrentá-lo e encará-lo como uma pessoa normal, ele começa a ser mais simpático e atencioso, e de um momento para o outro, a cumplicidade começa a crescer. Lou é muitas vezes incentivada por Will a apreciar as belezas da vida, enquanto ela aproveita para lhe mostrar que mesmo na sua condição merece respeito, alegrias, socializar e continuar a usufruir das diversões e distracções que tanto o cativavam anteriormente. Mesmo sendo tetraplégico não deixa de ser um homem, não deixa de ser um ser humano. 

Um livro que fala de oportunidades, para aqueles para não são incapacitados devem viver a vida e saber aproveitá-la para não caírem no marasmo, e para aqueles que não têm as mesmas capacidades motoras e psicológicas há uma janela aberta de (algumas) possibilidades, que não carecem da pessoa deixar de desfrutar do que a vida ainda tem para oferecer. A questão mais importante é a noção que cada ser individual tem perante o sentido da vida, e se esta faz sentido, quando pouca ou nenhuma mobilidade se tem e dependemos dos outros o resto dos nossos dias.


Consegui embarcar nesta montanha russa de emoções e apesar de me questionar várias vezes sobre o melhor desfecho, não posso deixar de dar o mérito à autora que soube descrever na perfeição quem é contra e quem é a favor da eutanásia. É muito difícil nos colocarmos no lugar do outro, mas o que merece sempre respeito é a vontade individual. Não é fácil lidar com uma situação destas contudo mais complicado é para quem vive constantemente com o problema. Por isso, não é uma questão de impor vontades mas perceber as vontades/motivações do outro. Fiquei com a sensação que caso este livro seja adaptado ao cinema terá um final alternativo, afinal os filmes romantizam muitas vezes a vida, infelizmente.
 
Jojo Moyes tornou-se uma boa surpresa que quero continuar a acompanhar, e posso dizer que conseguiu conquistar-me e já fiquei fã. É bom sentir que há  histórias que são uma lufada de ar fresco, onde problemas reais e actuais carecem de ser discutidos e abordados, quer as pessoas os tentem ignorar ou não sejam capazes de lidar com eles. 
Preparem os lenços para embarcarem nesta aventura.


Citações:

“You know, you can only actually help someone who wants to be helped.”

“I will never, ever regret the things I've done. Because most days, all you have are places in your memory that you can go to.”  

“You only get one life. It's actually your duty to live it as fully as possible.”  

“All I can say is that you make me... you make me into someone I couldn't even imagine. You make me happy, even when you're awful. I would rather be with you - even the you that you seem to think is diminished - than with anyone else in the world.”

“I see all this talent, all this...this energy and brightness and...potential. Yes. Potential. And I cannot for the life of me see how you can be content to live this tiny life. This life that will take place almost entirely within a five mile radius and contain nobody who will ever surprise you or push you or show you things that will leave your head spinning and unable to sleep at night.”

Classificação: 5 de 5*

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