Opinião Livro

The Sea of Tranquility, Katja Millay



Título Original: The Sea of Tranquility
Autor: Katja Millay
Editora: Antisocialite Press LLC
Género: Romance Contemporâneo
Páginas: 380
Idioma: Inglês
Ano Publicação: 2012

Sinopse

I live in a world without magic or miracles. A place where there are no clairvoyants or shapeshifters, no angels or superhuman boys to save you. A place where people die and music disintegrates and things suck. I am pressed so hard against the earth by the weight of reality that some days I wonder how I am still able to lift my feet to walk.

Full of rage and without a purpose, former pianist Nastya Kashnikov wants two things: to get through high school without anyone discovering her past and to make the boy who took everything from her pay.

All 17 year-old Josh Bennett wants is to build furniture and be left alone, and everyone allows it because it’s easier to pretend he doesn’t exist. When your name is synonymous with death, everyone tends to give you your space.

Everyone except Nastya, a hot mess of a girl who starts showing up and won’t go away until she’s insinuated herself into every aspect of his life. The more he gets to know her, the more of a mystery she becomes. As their relationship intensifies and the unanswered questions begin to pile up, he starts to wonder if he may ever learn the secrets she’s been hiding or if he even wants to.

The Sea of Tranquility is a slow-building, character-driven romance about a lonely boy, an emotionally fragile girl, and the miracle of second chances.




Livro de estreia de Katja Millay é imensamente adorado na blosfera e como tal não quis perder a oportunidade de provar o gostinho deste romance.


Contado a duas vozes entramos no mundo de Nastya e Josh. Dois jovens com problemas referentes ao passado. 
Nastya está actualmente a viver com a tia, visto esta ser a única capaz de manter-se em alerta mas sem a pressionar. O objectivo de viver longe da família teve como único propósito que deixem de lhe perguntar se relembra de alguma coisa daquele dia terrível, mesmo que esteja há quase 2 anos sem pronunciar uma palavra que seja a quem for que a conhece. Desde o dia que tudo mudou na sua vida, altera completamente o seu comportamento, vestindo só roupas pretas demasiado provocativas, corre até puxar o corpo ao extremo, não se dá com ninguém na escola, apesar de mesmo assim, conseguir chamar a atenção dos rapazes para si. Drew é o rapaz que não desiste de chamá-la sempre para festas e de a ter por perto, mesmo que ela não diga uma palavra. Até a convence a ir aos domingos almoçar com a sua família, que a aceita de braços abertos. Só não esperava que quem frequentasse esses almoços seria Josh Bennett.


Josh adora trabalhos manuais e a sua garagem é a seu sítio preferido para transformar uma tábua em mesas ou cadeiras. Na escola todos o deixam em paz, até os professores, pois ter sido marcado desde novinho com várias mortes familiares, criou uma bolha que impede que se metam com ele. Aceita completamente esta condição pois o silêncio desde sempre o ajudou a proteger-se. Só que Nastya parece ser a única que repara nele naquele banco no pátio da escola. E quando os olhares de ambos se cruzam e o campo de forças invisível é quebrado nenhum deles estava preparado para o que daí vinha.

Depressa a garagem passa a ser o sítio preferido de ambos, quando Nastya depois das suas corridas nocturnas, que inicialmente passa por lá só para o ver trabalhar, depois passa a ajudá-lo quando decide conceder só a ele a sua voz. A crescente amizade é feita de uma forma gradual que catapulta para o amor, apesar de ambos terem alguma dificuldade em saberem lidar com as novas emoções que os assolam.
 



Foi neste aspecto que o livro funcionou bem, agarrou na amizade e esmiuçou-a. Os medos, os tormentos, as cicatrizes, os sonhos e as esperanças que os protagonistas lutam para conciliar, só deu mais veracidade à obra. Foram-se tornando familiares e foi bonito perceber que se não conseguimos resolver as nossas questões sozinhos devemos tentar, pelo menos, confiar em alguém para que o sofrimento possa ser atenuado, e se possível superado. Faz-se de desejos com moedas atiradas a uma fonte e com a "sea of tranquility" que pode apenas significar uma garagem.

Quando fiquei a saber a verdadeira razão para a vida da promissora pianista ter mudado drasticamente, fiquei reticente entre aceitar ou não aceitar esse episódio como uma boa razão. Contudo a história está tão bem entrelaçada que momentos depois obtive a resposta, quando Josh diz ao Drew que aos nossos olhos não tem de existir uma boa ou má razão, todas elas são válidas para se cometer as maiores atrocidades.

 

Para primeira obra da autora, fiquei encantada com a maneira fluída da escrita com cruzamentos do passado e presente da Nastya conseguindo ainda inserir naquele meio a voz do Josh. Construiu dois jovens profundamente marcados que soube aprofundar e legitimar as suas maneiras de ser pelo que ambos viveram. O único inconveniente que encontrei foi o arrastar da verdade sobre a Nastya, acho que não era necessário prolongar até à exaustão para o leitor poder saborear o final.


Os romances contemporâneos parecem estar cheios de tragédias e muito drama mas confesso que este apesar de se alongar demasiado consegue encher as medidas satisfazendo até final o leitor. Uma boa aposta.
Citações:

“People like to say love is unconditional, but it's not, and even if it was unconditional, it's still never free. There's always an expectation attached. They always want something in return. Like they want you to be happy or whatever and that makes you automatically responsible for their happiness because they won't be happy unless you are ... I just don't want that responsibility.” 

“Daylight won’t protect you from anything. Bad things happen all the time; they don’t wait until after dinner” 

“I know at that moment what he's given me and it isn't a chair. It's an invitation, a welcome, the knowledge that I am accepted here. He hasn't given me a place to sit. He's given me a place to belong.” 

“And if my Sea od Tranquility were real, it would be this place, here, with him.
I don't say anything right away, because I just want one minute to look at him before I give him my last secret.
And then I tell him.
"Your garage.”

Classificação: 4,5 de 5*



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