O Café do Amor, Deborah Smith
Título Original: The Crossroads Cafe
Autor: Deborah Smith
Editora: Porto Editora
Género: Romance Contemporâneo
Páginas: 432
Ano Publicação PT: 2013
ISBN: 9789720045959
Sinopse
Uma mulher bela marcada para a vida
Um homem amargurado em busca de redenção
Unidos pelo destino num lugar mágico
Cathryn Deen vivia num mundo de sonho: atriz famosa, idolatrada, era considerada a mulher mais bela do planeta. A fama era tudo na sua vida. Mas após sofrer um trágico acidente de automóvel, que a deixa marcada para sempre, decide ocultar-se de tudo e todos.
Escondida na casa da sua avó materna nas montanhas da Carolina do Norte, Cathryn tenta ultrapassar os seus traumas com a ajuda da sua grande prima Delta, uma mulher roliça e bem-disposta, dona do café local. Considerada por todos a alma daquele vale, Delta alimenta com os seus cozinhados e biscoitos deliciosos o corpo e o espírito dos mais carentes.
Um dos seus protegidos é Thomas Mitternich, um famoso arquiteto, fugido de Nova Iorque, após os atentados às Torres Gémeas lhe terem roubado o que de mais valioso tinha na vida: a mulher e o filho. Atormentado pela culpa, Thomas acredita que nada nem ninguém lhe poderá devolver a razão de viver e, entregue ao álcool e ao desespero, espera um dia ganhar coragem para se juntar àqueles que mais amava. O destino irá cruzar os caminhos de Cathryn e Thomas numa história magnífica de superação, ensinando-os a transformar as adversidades em oportunidades e a valorizar a beleza que existe em tudo o que os rodeia.
Conheço Deborah Smith por ser a autora d' A Doçura da Chuva, uns dos livros mais
queridos na blogsfera, mas que ainda não tive o prazer de ler.
Contudo tive a
oportunidade de arranjar o ebook em português deste (graças à Catarina Abreu,
obrigada). E não desiludiu, ela conseguiu prender-me desde o primeiro momento
em que esperamos pelo acidente que altere a vida à famosa Cathryn Deen.
Cathry é uma actriz que tem uma vida facilitada devido à sua
beleza. Conseguiu sempre o que queria e foi mesmo educada segundo os critérios que
a beleza está sempre em primeiro lugar e deve-se saber dar-lhe uso. Contudo
quando sofre um acidente que lhe queima parte do corpo e cara, consegue
encontrar coragem para enfrentar a sua nova realidade, não nos amigos que tinha
até ali, mas noutras pessoas que depositam toda a confiança e esperança nela.
Thomas é uma dessas pessoas, também ele marcado pelo terrível passado,
agarra-se à bebida como bóia de salvação e às pessoas da pequena comunidade na
Carolina do Norte. Sobrevive a um dia de cada vez e anseia acima de tudo comprar a
vivenda no Cume da Mulher Selvagem, mas esta é a herança de Cathy da avó Nettie. Esse pode ser um dos seus objectivos mas mais tarde a casa passa a simbolizar a recuperação da fé na vida tanto para si como para Cathy.
Cathryn foi uma personagem que me conseguir surpreender pela
facilidade de adaptação à mudança, passou de ser amada por uma vastidão de
público para ser só acarinhada por uma pequena comunidade. E foi este aspecto
que me atraiu nela: nem por um momento ela renegou as suas origens nem pensou
duas vezes em ir para as montanhas da Carolina do Norte, nem rejeitou as
origens humildes de quem vivia por aqueles lados e de quem a ajudava. Por norma,
vemos personagens que continuam arrogantes, cheias de si e rejeitam tudo o que
seja simples só porque já estiveram na mó de cima, mesmo que alguma desgraça
lhe possa ter acontecido, e Cathy representa completamente o oposto.
Não são só as cicatrizes físicas mas também as psicológicas
que mais prejudicam o ser humano, recordar constantemente as más lembranças acende
sempre o rastilho. E não só as personagens principais que o sabem, mas as
secundárias como Delta, e as irmãs Ivy e Cora. Todas elas frágeis pela dureza
da vida mas com uma determinação e dignidade que as fazem lutar por uma vida
melhor e diferente. E é a aceitação e superação do que de mau acontece na vida que dá ao
coração o reconforto necessário para que seja colocado amor em todas as
situações até para fazer biscoitos.
Fiquei realmente presa à trama e foi fácil simpatizar com as
personagens, até as secundárias, porque sem os biscoitos e o café da
Delta, não era a mesma coisa. Outros dos aspectos que gostei foi que não foi
preciso esperar pelo final para que Thomas e a Cathy comecem uma vida juntos,
ao menos sempre acabou por ser diferente do comum nos romances deste género.
Citações:
“A esperança está no espelho que guardamos dentro de nós, o
amor apenas vê o que quer ver e quem o
feio ama bonito lhe parece.”
“Fazer amor cedo de mais é como tentar cozer biscoitos num
forno que ainda não está bem quente. Claro, consegue-se que a massa enfole e
que a crosta doure, mas por dentro ainda estão crus.”
“Tudo na vida nos conduz para onde devemos ir. Nem sempre é
fácil vislumbrarmos o nosso destino a meio da viagem.”
Classificação: 4 de 5*
"Não são só as cicatrizes físicas mas também as psicológicas que mais prejudicam o ser humano, recordar constantemente as más lembranças acende sempre o rastilho. E não só as personagens principais que o sabem, mas as secundárias como Delta, e as irmãs Ivy e Cora. Todas elas frágeis pela dureza da vida mas com uma determinação e dignidade que as fazem lutar por uma vida melhor e diferente. E é a aceitação e superação do que de mau acontece na vida que dá ao coração o reconforto necessário para que seja colocado amor em todas as situações até para fazer biscoitos."
ResponderEliminarLindo e tão verdade! Fico feliz que tenhas gostado ;)
Merci mais uma vez, um belo livro ;)
EliminarAgora tenho de apostar nos outros dois :)