Por Treze Razões, Jay Asher
Título Original: Thirteen Reasons Why
Autor: Jay Asher
Editora: Editorial Presença
Páginas: 308
ISBN: 9789722342452
Colecção: Noites Claras
Sinopse
Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho.
Uma bola de neve é tão fácil de criar. E à conta disso é tão
fácil viver perto do abismo e depois não haver mais volta a dar. Este livro
retrata o bullying que muitos adolescentes sofrem nas escolas e as
consequências dele mesmo.
Puxou-me a atenção por saber que falava da morte, mais
concretamente o suicídio de uma jovem. Nele é possível saber por treze razões o que motivou Hannah
Baker para cometer tal atrocidade. A maneira que ela encontra para divulgar os
motivos é através de 13 cassetes que são espalhadas pelas 13 pessoas que
contribuíram ou não para aquele desfecho. Mórbido?!Um pouco.
Hannah Baker é nova no liceu quando inicia novas amizades.
Quem é novo só pensa em integrar-se mas também está sujeito a todo o tipo de
comentários e a Hannah depressa passa a ser o novo alvo. Da mais pequena coisa
“constrói-se” um acumular de situações que chegam a um ponto que não conseguem
ser mais digeridas. Mas esta não foi uma personagem fácil no decorrer do livro.
Se consegui entender os motivos que levaram àquele caminho, jamais percebi como
deixou que acontecessem situações que podiam ter sido mesmo travadas. Falo na
história da cassete nº 5: lado B e ainda a cassete nº6: lado B, que levaram a
alterar toda a minha compaixão para com ela. O facto de permitir uma situação
desagradável só porque já tinha a fama ou não conseguir travar o abuso a uma
colega é simplesmente complicado de digerir. Mesmo no estado em que ela estava,
não se aperceberia que também podia estar a criar uma bola de neve na vida
daquela colega?!
Clay é o outro interveniente nesta história. Também recebe
as cassetes, significando que haverá uma dedicada a si mas é em toda aquela história quem não tem acção directa sobre a escolha de Hannah. Ele foi sem
dúvida a melhor personagem, é o nosso mediador de emoções, sentimos aquilo que
vai sentindo enquando escuta os motivos que levaram àquele fim. É palpável a
incapacidade de digerir toda aquela situação, percebendo que poderia ter sido o
único que conseguiria parar com as ideias da Hannah. Depois da chamada de
atenção exposta nas cassetes, Clay percebe que deixou Hannah “escapar” mas não
deixará fazer o mesmo com Skye, outra jovem que de ano para ano tem evitado as
pessoas. Esta parte final do livro fez subentender que uma vida poderia estar a
salvo.
Gostei da história mas achei que me fosse abalar mais, não
teve tanto impacto como achava que fosse ter apesar de falar dum tema tão forte
e complicado. E depois toda a atitude dela mais para o final, foi complicado de
absorver.
Porém não deixa de ser uma história envolvente pois há uma
grande vontade em saber quem são os destinatários e o que terão feito para
desencadearem tal fim. Ajuda estar encadeada numa linha de pensamento na sucessão das situações. Um livro para todas as idades que alerta que é o mais
pequeno pormenor, tanto para o bem como para o mal, que pode desencadear um
final diferente.
Citações:
“Quando brincam com uma parte da vida de uma pessoa, estão a
brincar com a vida dela toda. Tudo... afecta tudo.”
“Ninguém pode ter a certeza do impacte que exerce na vida
dos demais. A maior parte das vezes, nem nos passa pela cabeça. E, não obstante,
não podemos evitar exercê-lo.”
“Sinais de Aviso dum Suicida. Adivinhem o que aparecia logo
nos cinco primeiros? «uma mudança súbita de aparência.» Puxei pelas pontas do
meu cabelo recém-cortado. Hum. Quem diria que eu era tão previsível?”
Classificação: 3 de 5*
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