Se Eu Ficar, Gayle Forman
Título Original: If I Stay
Autor: Gayle Forman
Editora: Editorial Presença
Páginas: 216
ISBN: 9789722343183
Sinopse
Naquela manhã de Fevereiro, quando Mia, uma adolescente de dezassete
anos, acorda, as suas preocupações giram à volta de decisões normais
para uma rapariga da sua idade. É então que ela e a família resolvem ir
dar um passeio de carro depois do pequeno-almoço e, numa questão de
segundos, um grave acidente rouba-lhe todas as escolhas. Nas vinte e
quatro horas que se seguem, Mia, em estado de coma, relembra a sua vida,
pesa o que é verdadeiramente importante e, confrontada com o que faz
com que valha mesmo a pena viver, tem de tomar a decisão mais difícil de
todas.
Como um pequeno livro pode ser tão bom.
Este livro conta a história de Mia, uma adolescente de 17
anos, que tem uma vida praticamente normal. Vive com os seus pais e com o seu
pequeno irmão, Teddy. Tem um namorado, Adam, e uma melhor amiga que adora, Kim.
Mas a sua maior paixão é o violoncelo. E num dia normal de semana no Oregon
começa a nevar. Isto faz com que as escolas sejam encerradas, e por isso, a
família de Mia decide fazer um passeio. Até aqui tudo bem, porém o passeio
nunca se realiza pois acabam por sofrer um acidente. Mia acorda à beira da
estrada e sente-se bem, mas quando começa a ter percepção do que se passou, vê
a mãe já morta e o pai. Quando vislumbra uma mão na berma da estrada pensa que
é o irmão. Ao aproximar-se percebe que afinal é o seu próprio corpo que está
ali a esvair-se em sangue. Enquanto tudo isto ocorre a Sonata n.º 3 para Violoncelo de Beethoven continua a tocar. Ou
seja, a Mia vai assistir de fora do seu corpo, durante 24 horas, ao que se
passa em torno de si. E vai decidir o que fazer com a sua “forma de vida.”
No decorrer do livro, Mia vai nos mostrando pormenores sobre
a sua família, a sua relação com Adam, ou a forma como Kim passou a ser a sua
melhor amiga, e ainda como começou a desenvolver interesse num instrumento
musical tão solitário, como o violoncelo. É num momento delicado que ela passa
em revista as memórias mais engraçadas, emotivas e decisivas pôr que passou até
chegar àquele ponto. Há tantas personagens secundárias importantes. Willow, a
amiga dos pais e enfermeira, que é determinada e assume o controlo da situação.
Ou a enfermeira Ramirez, que diz que ela consegue ouvir tudo, e que só ela tem
o poder de ditar as regras. Mas há as mais importantes da vida de Mia.
Adorei os pais dela. O que me ri sempre que tentava visualizá-los.
O pai, um rebelde com o cabelo oxigenado e roupa de cabedal, que trabalhava
numa loja de discos e tocava bateria numa banda, mas que decide tornar-se um
homenzinho quando finalmente nasce Teddy. Tira a carta de condução e passa a
ser um professor que usa laços e fuma cachimbo. A mãe que é a durona da
família, sempre com a resposta na ponta da língua, mas com a sabedoria
necessária para aconselhar a filha. E Kim, que aconselha Mia a ir para um
acampamento de músicos e a não desistir do violoncelo. Ou o avô que mesmo sem
dizer nada consegue dizer tudo. E quando fala, a tranquiliza que está tudo bem
e que compreende se ela quiser partir. Já a relação com Adam surge através da
música. Quando acontece o acidente, ambos andam a tentar perceber como irá
crescer a relação. A banda dele está em ascensão, já Mia prepara-se para saber
se entrou na Juilliard e se terá de ir viver para Nova Iorque.
Mais do que um livro que alia a música aos sentimentos das
pessoas, leva a pensar no que faríamos se estivéssemos na sua posição. Será que
seria mais fácil partir, ou viver com os destroços dos que foram e lutar pelo
desconhecido da vida? Não é fácil decidir. Mostra quando sentimos que temos de
tomar a decisão correcta, a decisão mais difícil de todas, apesar do que se terá
que abdicar. Todavia, e no meio de todas aquelas lembranças e palavras daqueles
que ama, o som do violoncelo e a mão de Adam que aperta a sua, faz com que
queira transferir toda a sua força e mais alguma para que, também Adam, sinta
que ela a aperta. É este o momento que ela esperava?!
Citações:
“Nunca conheci ninguém que se envolvesse tanto com a música
como tu…Eu sou obcecado por música e nem eu me sinto tão transportado como vejo
que tu és.”
“As pessoas acreditam naquilo em que querem acreditar.”
“Não duvidem nem por
um segundo de que ela consegue ouvir-vos. Ela percebe tudo o que se está a
passar. Podem achar que são os médicos, ou as enfermeiras, ou estas
traquitanas, que ditam as regras. Nem pensar. Ela é que dita as regras. Talvez esteja apenas à espera do momento
propício. Por isso falem com ela. Digam-lhe para levar o tempo que precisar,
mas para voltar. Digam-lhe que estão à espera dela.”
“Mas essa pessoa que foste hoje é a mesma por quem estava
apaixonado ontem; a mesma por quem irei estar apaixonado amanhã.”
“Não sei ao certo o que se passou comigo e, pela primeira
vez hoje, não me interessa. Eu não devia ter de me interessar. Não devia ter de
esforçar-me tanto. Percebo agora que morrer é fácil. É viver que é difícil.”
Classificação: 5 de 5*
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