Opinião Filme

Her - Uma História de Amor







Realizador: Spike Jonze
Elenco: Joaquin Phoenix, Amy Adms, Scarlett Johansson, Ronney Mara, Olivia Wilde
Género: Drama, Romance
Ano Estreia PT: 2014
Classificação IMDb: 8,3









Contou com 5 nomeações aos Óscares entre elas, a de Melhor Filme, mas apenas ganhou a de Melhor Argumento Original de Spike Jonze.

Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor que declama as mais variadas histórias que enchem cartas e cartas virtuais que serão enviadas a certos remetentes. Com o divórcio à beira de ser declarado depara-se com um novo sistema operativo que lhe permite interagir com uma pessoa virtual que ele pode escolher. Esta é a maneira que encontra para colmatar a solidão entre a casa e trabalho. Só que não esperava que esta inteligência artificial apelidada de Samantha (voz de Scarlett Johnasson) se fosse tornar parte integrante da sua vida tão rapidamente.



Samantha consoante as relações que vai estabelecendo com os humanos vai ganhando características destes e também os começa a perceber. Sem corpo consegue ser uma réplica exacta das emoções humanas. Mas se desenvolve com Theodore uma relação, o mesmo acontece com outros seres humanos que compram este sistema operativo. Quando Theodore descobre este facto depressa começa a sentir que seja humana ou não uma relação, todas depressa padecem dos mesmos sintomas.




É um filme fácil de projectarmos num futuro próximo. As novas tecnologias vieram para facilitar e também atormentar as relações humanas, se antigamente o início de muitas relações era de distância e escolha pelos familiares, agora é feita através de contacto virtual. Este filme é inteligente na sua maneira de contar uma verdade que provavelmente irá dominar no futuro, só espero que seja bem longínquo.



O que interpretei foi que este filme mostra, não só a possibilidade de nos apaixonarmos e vivermos uma relação com um aparelho, mas que o próprio programa tem um desgaste. Atingindo o nível de saturação é o próprio sistema operativo que pára a relação, não o contrário, o que para mim significou que o sistema ajuda os humanos a melhorar/analisar/questionar as suas relações humanas.


Scarlett Johansson faz uma interpretação notável sem sequer dar a cara, consegue dar a entoação certa para o momento certo. A vivacidade, a tristeza ou a distância captada apenas através da voz. Joaquin Phoenix não podia estar melhor, desempenha o alheamento e a solidão de um homem que vive do casa-trabalho e para quem a vida social não é nada.



Um guarda-roupa muito garrido e simplório mesmo a projectar um futuro onde aspectos como a aparência ficam de parte quando as relações interpessoais não têm importância, logo o aspecto físico fica descartado. Tenho de falar ainda que a banda-sonora ficou a cargo dos Arcade Fire e Owen Pallett com a ajuda de Karen O, que até constou nas nomeações, porém perdeu. 


Um filme bem pensado e estudado da projecção possível do futuro. Feito para puxar pela sensibilidade do espectador na chamada evolução dos relacionamentos. Ao agarrar no que a vida actual sofre com os vazios emocionais e frustrações, Spike Jonze criou um ambiente futurista bem natural e credível do quão individualistas e solitário são os seres humanos.

 



2 comentários:

  1. Vi este filme recentemente e confesso que não me agradou tanto quanto estava à espera.. Acho que o vi com expectativas muito elevadas...
    Agradou-me o facto de o filme projectar bem o futuro em termos das relações humanas..
    Beijinhos*

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  2. Por acaso adorei, a simplicidade com que é contado o que possivelmente será o nosso futuro, sem ir buscar carros que voam ou coisa do género, mas fazer notar ao espectador que cada vez mais somos solitário e não olhamos para quem nos rodeia :)

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