Opinião Livro

Requiem, Lauren Oliver


Título Original: Requiem
Autor: Lauren Oliver
Editora: HarperCollins Children's Books
Género: Distopia
Série: Delirium #3
Páginas: 391
Idioma: Inglês
Ano Publicação: 2013
ISBN: 0062014536

Sinopse

They have tried to squeeze us out, to stamp us into the past.

But we are still here.

And there are more of us every day.

Now an active member of the resistance, Lena has been transformed. The nascent rebellion that was under way in Pandemonium has ignited into an all-out revolution in Requiem, and Lena is at the center of the fight.

After rescuing Julian from a death sentence, Lena and her friends fled to the Wilds. But the Wilds are no longer a safe haven—pockets of rebellion have opened throughout the country, and the government cannot deny the existence of Invalids. Regulators now infiltrate the borderlands to stamp out the rebels, and as Lena navigates the increasingly dangerous terrain, her best friend, Hana, lives a safe, loveless life in Portland as the fiancée of the young mayor.

Maybe we are driven crazy by our feelings.

Maybe love is a disease, and we would be better off without it.

But we have chosen a different road.

And in the end, that is the point of escaping the cure: We are free to choose.

We are even free to choose the wrong thing.

Requiem is told from both Lena’s and Hana’s points of view. The two girls live side by side in a world that divides them until, at last, their stories converge.





Estou muito contente porque terminei a trilogia Delirium. Mas desiludida com o percurso desta. Afinal toda ela não andou em torno da possível vitória dos Wilds mas na ciumeira pegada de uma rapariga (Delirium) que parecia estar a tornar-se numa mulher (Pandemonium) mas afinal é apenas uma miúda (Requiem).

Dividido entre o POV da Lena e da Hana, podemos ter acesso a quem nunca foi curado, vive a doença amor deliria nervosa e ainda está em constante fuga e luta por uma sociedade livre, em oposição testemunhamos quem foi curado, as suas reacções (ou falta delas) e os pensamentos delirantes que oscilam entre o que é suposto sentir e pensar e entre o que realmente lhe atormenta o espírito.
 

Este foi um dos bons aspectos deste livro o poder obter um vislumbre de quem está curado pela mão da Hana. Em alguns momentos senti que a cura não funcionava propriamente bem mas quando as (ex) melhores amigas se reencontram reparei que é o comportamento, de quem conhecemos durante anos, que se altera. Aos olhos de um não curado o comportamento do curado é mecânico e apático mas não significa que na sua mente não lhe passe um turbilhão de pensamentos. Senti que a cura funciona ao nível físico mas não pode alterar completamente a maneira de pensar. É como andar medicado, obtemos alterações físicas mas na nossa mente quem manda somos nós, e não há forma de controlar isso a não ser nós mesmos.

O que é frustrante é perceber que esta sociedade está em plena guerra, que a Resistência começa a ganhar forças mas mesmo assim está em desvantagem contra quem está no Poder, e qual é o pensamento da protagonista?! A sua vida amorosa. Ainda lhe dão um puxão de orelhas mas de nada vale quando Lena é obrigada a olhar para um lado e ver Alex e olhar para outro e ver Julian.


Só que não há volta a dar, sempre que me relembrar do livro final desta série só vou pensar que em todos os episódios da Lena, ela destilava ciúmes e que soube agarrar-se ao elo mais fraco só para não dar parte fraca do “ai se já não me queres, outro quer”. Os triângulos amorosos até podem ser bem trabalhados porém Lauren Oliver nem sequer esteve para se chatear, e é mesmo esta sensação com que fico quando terminei a história. 
Introduziu um rapaz em cada livro mas desde o 1º momento que iniciei Requiem soube que um deles mais-valia nem sequer ter aparecido, porque a única função dele foi a de ser útil. Útil quando se quer esquecer o grande amor, útil quando não se quer enfrentar os problemas sozinha, útil porque dá jeito ter um ombro amigo e reconfortante. Ele não teve nenhum papel significativo em toda a narrativa, a não ser a de ter sido usado. E é isto que me deixa triste, ele era apenas um amigo e a relação deles nem acabou por ser conversada e ponderada, para que ambos percebessem que o que os une é apenas amizade.
 
Mas para dizer a verdade, o que é que ficou realmente decidido no final? Nada. De um momento para o outro a Resistência está a tentar dar a volta por cima depois dos vários ataques que os Wilds sofrem do Governo, e conseguem trespassar a parede que rodeia Portland, e o que é que a Lena faz quando vê amigos a morrer e a lutarem? Foge. 
Depois de tanto tempo rodeada por aquelas pessoas que a acolheram, a aceitaram e que juntos lutavam por um mundo livre, abandona-os e mesmo desnorteada consegue ir dar à zona onde viveu, só para procurar a prima (WTF?). Não tenho nada contra isto, só acho se fazes parte da guerra deves lutar até esgotares todas as tuas forças e então depois procurares pelas pessoas que amas. E não, abandonares os princípios por que andas a lutar há meses. 
Em minutos encontra a (ex) melhor amiga, depois a prima, volta para o suposto “meio da guerra”, vê mais uma pessoa que ama mas não sabe se o futuro será com ela e ainda tem tempo de mostrar que também faz parte da luta ao juntar-se no fim da guerra?, ao resto da “sua” equipa de guerreiros, para destruir uma parede. Nice...

É uma série satisfatória se pensar nos dois primeiros livros, que são bons exemplos ao explicar como é aquela sociedade, onde de um lado estão curados, noutro estão os quem não quer ser curados e ainda aqueles que ainda não foram curados mas acreditam na doença amor delira nervosa e nos benefícios da cura. Mas se analisar o conjunto é fraca porque sinto que toda aquela narrativa não me levou a lado nenhum, a guerra deveria ter sido o culminar de todas as decisões e ficou para a imaginação do leitor mas deu-me uma má novela amorosa.

Mas perdoo-te Lauren Oliver, não é por causa disso que vou deixar de ler os teus livros (mas vê lá se não me desiludes mais).

Citações:

“And you can't love, not fully, unless you are loved in return.” 

“How can someone have the power to shatter you to dust--and also to make you feel so whole?”  

“I'll find you," he says, watching me with the eyes I remember. "I won't let you go again” 

Classificação: 2 de 5*

2 comentários:

  1. Acho que devo ser um caso à parte, porque apesar de concordar com tudo o que disseste, gostei muito do livro e nem sei porquê.
    Gostei muito da tua opinião.
    Beijinhos

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    1. Normal, há coisas que para ti funcionam ou são bem aceites, eu também muitas vezes sou assim...mas com este não consegui, é que quando a história devia de andar focada numa guerra andava focada na vida amorosa da Lena.
      Não fez sentido, mas gostei de ver um ou outro pormenor ser respondido já que andava com a pulga atrás da orelha sobre umas coisas ;P

      Obrigada :)

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